O mercado imobiliário da Zona Oeste tem apresentado um crescimento constante desde o início da pandemia, segundo dados do Relatório de Compra e Venda do QuintoAndar.
Enquanto outras regiões da capital registraram retração ou estagnação, a Zona Oeste manteve um crescimento constante nos últimos dois anos, com destaque para os bairros do Panamby e Butantã. A região teve o maior crescimento trimestral (7,77%) considerando a média desde 2021. Esse crescimento tem sido impulsionado pela sua característica residencial e pelo aumento da procura por imóveis durante a pandemia.
Segundo Vinicius Oike, economista da empresa, há dois tipos de oferta de imóveis na Zona Oeste: studios ou apartamentos de um dormitório, próximos ao metrô Butantã, e apartamentos de três ou quatro dormitórios, mais para dentro da região. O interesse pelo primeiro tipo vem majoritariamente de um público jovem, entre os 20 e 30 anos. O segundo modelo atrai mais famílias.
“O diferencial da Zona Oeste é essa oferta de imóveis maiores, que tem se tornado escassa em São Paulo”, afirma. Outro fator atribuído pelo economista para explicar essa demanda continuada é a busca por áreas verdes, tranquilas e com mais espaço. “A arborização e o sossego, bem maiores em comparação ao Centro, são pontos fortes da região”, diz. Por outro lado, um ponto negativo é a dificuldade de acesso ao transporte público.
Para Oike, ao colocar tudo na balança, a região oferece um bom custo-benefício. “É mais acessível, basta atravessar o Rio Pinheiros que o preço cai bastante. É uma diferença considerável”, comenta.
O valor do metro quadrado em apartamentos de dois e três dormitórios na região de Santo Amaro e Brooklin aumentou cerca de 50%, enquanto na Vila Olímpia, studios são negociados por quase 1 milhão de reais. Por outro lado, na região do Panamby, é possível encontrar imóveis de três dormitórios com mais de 100 metros quadrados por valor similar. A pesquisa do QuintoAndar aponta que o Centro-Oeste ficou em segundo lugar na média de valorização de preço por trimestre desde 2021, com destaque para Pinheiros, Vila Madalena e Jardim Paulista.
Segundo Otavio Zarvos, sócio-fundador da Idea!Zarvos, esses bairros estão mais consolidados em relação a outras localidades da mesma região, como a Lapa, que possui limitações impostas pelo zoneamento.
“Com isso temos uma região com muito menos densidade e muito menos consolidada”, explica. Para o empresário, esse é, inclusive, um dos locais com potencial para expansão futura na região. “Seria um lugar que poderia ter um incentivo para construção e até para a renovação do bairro”, opina.
Tendências de locação
O bairro do Butantã se destacou na modalidade de aluguel, sendo um dos dez que mais se valorizaram em 2022, de acordo com o Índice de Aluguel QuintoAndar. Desde 2021, o bairro acumula alta de 28% no aluguel, acima da média da cidade, que é de 18%. Na plataforma Imovelweb, a variação acumulada nos últimos doze meses é ainda maior, de 50,42%. Já a região do Panamby teve um aumento de cerca de 5% acima da média da capital em 2021.
Os bairros consolidados da região Centro-Oeste de São Paulo se mantiveram em alta no mercado imobiliário em 2022. Pinheiros foi o terceiro bairro mais caro da cidade, com uma média de aluguel de R$62 por metro quadrado, seguido pela Vila Madalena, em sexto lugar, com R$57 por metro quadrado, e pelo Jardim Paulista, em décimo lugar, com R$47,8 por metro quadrado. O ranking de preços foi liderado por dois bairros da Zona Sul: Vila Olímpia e Real Parque.
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Informações retiradas do Veja