O Relatório de Estabilidade Financeira divulgado dia 16 de novembro pelo Banco Central Europeu (BCE) aponta duas notícias preocupantes. Uma delas é o que parece ser o fim da expansão do mercado imobiliário na zona euro. A outra é o risco bastante acentuado de recessão na região.
O documento afirma que, mesmo assim, o mercado imobiliário da zona euro ainda chegou a aumentar quase dois dígitos em ritmos nominais no segundo trimestre de 2022. A questão é que a alta brusca das taxas de juros nos contratos novos desde o início do ano está freando a intenção das famílias de comprar ou construir casa.
De acordo com o relatório, os financiadores de crédito imobiliário estão também “mais cautelosos”, com as estimativas de sobrevalorizações atingindo os níveis mais elevados dos últimos cinco.
O BCE afirma que é crescente o número de investidores que acreditam na inversão do ciclo de expansão. E que caso exista uma “correção mais pronunciada, poderá levar a perdas entre os investidores, maior risco de crédito para os bancos e um declínio dos valores das garantias colaterais (a financiamentos)”, segundo consta no documento.
Ainda que a análise do relatório seja relacionada à zona euro como um todo, Portugal já sente os sinais de queda na atividade. No entanto, de acordo com pesquisa feita pelo Observador, a maioria dos players portugueses não chega a acreditar numa inversão do ciclo, mas sim no abrandamento da subida, com os preços continuarão a subir, acentuando a sobrevalorização.
Zona euro tem risco de recessão técnica
Ainda de acordo com o documento do BCE, a probabilidade de recessão técnica na zona euro é cada vez maior, com dois trimestres consecutivos de retração econômica com o aumento da inflação.
“Ao mesmo tempo, as condições financeiras tornaram-se mais rigorosas à medida que os bancos centrais atuam para controlar a inflação”, afirma o documento. O BCE começou a aumentar as suas taxas de juros em julho, estando atualmente em 2%, mas com perspectivas de novos aumentos.
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Informações retiradas do Observador.