Não é novidade para ninguém o alto custo de vida em São Paulo, porém nos últimos dias viralizou nas redes sociais a venda de um apartamento de 10m² por R$200 mil na capital. No entanto, é muito comum encontrar na internet anúncios de imóveis similares com o mesmo valor ou até mesmo superiores.
O imóvel foi anunciado pela incorporadora como o menor da América Latina em 2017. Ele fica localizado na Rua das Palmeiras, próximo à Estação Marechal Deodoro, no Edifício VN Nova Higienópolis.
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Além da venda dos microapartamentos, é comum a locação para curtos períodos, uma diária custa cerca de R$200,00.
O vídeo publicado pelo corretor Gutemberg Albuquerque viralizou e gerou muita repercussão entre os internautas, a maioria dos comentários foram acerca do tamanho do apartamento. “Tem que tomar cuidado ao entrar para não sair pela janela!”, dizia um dos usuários da rede social. “Apartamento??? Um iglu é mais amplo e tem mais privacidade pra ir no banheiro”, dizia outro. “Acabamos de entrar e chegamos ao final”, brincava um terceiro.
Conforme noticiado pelo Estadão, entre 2014 e 2020 cerca de 250 mil apartamentos pequenos foram lançados, impulsionados por um decreto municipal aliado a uma mudança na legislação e também por tendências de mercado. Eles são mais comuns especialmente na parte centro-oeste da capital. Os números são de um levantamento da Universidade de São Paulo (USP), que considera unidades de até 40m².
De acordo com o estudo feito pela USP, grande parte desses pequenos apartamentos estão localizados nas áreas mais nobres da capital paulista e geralmente ficam próximos às estações de trem e metrô.
Tendência
Fora do Brasil apartamentos compactos também são tendência. Em 2021, um vídeo de um morador de Nova York viralizou pelo tamanho da casa, em que a pia do banheiro era ao lado do balcão de cozinha. Neste ano, artigo no The New York Times trouxe a questão “Preciso mesmo de um banheiro?”, sobre a experiência do apartamento de tamanho satisfatório, mas com o banheiro compartilhado. Apesar de São Paulo aderir ao modelo de microapartamentos, a prática não é totalmente aceita pelos brasileiros.
Além dos estímulos do Plano Diretor, as incorporadoras estão investindo em compactos e a proposta é redistribuir vagas de garagem, que podem ser construídas sem cobrança de taxa adicional apenas se limitadas ao mesmo número de apartamentos. Exemplificando, um Studio pode ser vendido sem espaço para carro, e outra unidade, com mais dormitórios, fica com duas vagas.
As empresas preveem um grande potencial para um determinado público — casais sem filhos e pessoas que moram sozinhas, pois eles estariam mais dispostos a resolver demandas cotidianas em áreas comuns (como lavanderia e terraço) e viver a vizinhança mais ativamente. Com a redução de cortes e juros de 2018 a 2020 Studios e compactos de um quarto têm atraído investidores.
Fonte: Estadão