Uma estratégia um tanto inusitada surgiu no mercado. Os proprietários estão vendendo suas casas para continuar morando nelas pagando aluguel. Essa tática conhecida como “Sale & leaseback”(venda e alugue de volta) afeta tanto o mercado de ações quanto o de fundos imobiliários. No entanto, é preciso se atentar, embora a estratégia dê bons resultados é necessário compreender e saber diferenciar uma boa jogada de uma barca furada.
Nesta semana esse tipo de investimento ganhou espaço no mercado, quando o Grupo Mateus divulgou que vai embolsar R$182 milhões vendendo três lojas para o fundo TRXF11 com a responsabilidade de alugar os espaços por pelo menos 20 anos.
O intuito dessa nova “modalidade” é destravar o dinheiro para novos investimentos, mas para que a seja possível lucrar é preciso observar se e a expansão possibilitará lucrar mais do que o valor “preso” nos aluguéis.
No caso do Grupo Mateus, o mercado não parece ter tido uma boa impressão. No dia seguinte ao núncio da operação, as ações GMAT3 caíram, enquanto outros varejistas, como Magazine Luiza, Lojas Americanas e Via (dona das Casas Bahia) subiram com força.
Mas e o fundo imobiliário? O TRXF11 é um fundo de tijolo —que compra, vende e aluga imóveis, distribuindo seus ganhos aos cotistas. Ele trabalha com grandes empresas, como Grupo Pão de Açúcar, Assaí e Leroy Merlin.
No cenário atual, apostar no “sale & leasaback” pode ser uma alternativa, já que com altos juros, pegar dinheiro no banco se tornou muito caro. Então trocar um imóvel por dinheiro na mão pode ser uma opção melhor. A expectativa é que, como a Selic deve se manter alta no próximo ano, esse tipo de negócio apareça com mais frequência.
Grandes empresas como a rede Globo já aderiram a esse tipo de contrato. Em 2021 eles fecharam com a Vinci Offices.
Para os FIIs, o mais importante é o quanto eles conseguem negociar o preço do imóvel. No mercado, diz-se que, com ações, você ganha quando vende mais caro do que comprou. Com imóveis, ganha quando compra mais barato do que o valor de mercado.
Há negociações de “sale and leaseback” que são boas para todos os envolvidos, destravando dinheiro para bons investimentos da empresa e gerando um bom portfólio para o FII. Mas a tarefa é mais difícil do que parece, é preciso compreender o que será feito com os valores arrecadados. Já que, é nisso que as ações ou cotas se baseiam para subir ou descer.
Fonte: Folha de S. Paulo