O mercado imobiliário de São Paulo está em pleno crescimento, com novas construções surgindo rapidamente pela cidade. Essas obras variam desde studios para solteiros até imóveis de alto luxo. Segundo uma pesquisa da consultoria Brain, o segmento de luxo e superluxo é o mais aquecido, registrando um crescimento de 12% no último ano.
Isso se traduz em 90,2 mil apartamentos vendidos, gerando um Valor Geral de Vendas (VGV) de impressionantes R$50,8 bilhões. Isso sugere que, apesar da aparente saturação de obras, há uma alta demanda por imóveis de alto padrão na cidade.
Em meio a um cenário desafiador com taxas de juros acima de 11,75%, o mercado imobiliário de luxo e superluxo em São Paulo surpreendeu com um crescimento impressionante. Segundo dados recentes, o setor registrou um aumento de 40% no ano de 2023, impulsionado pela venda de 4.935 unidades, o que resultou em um movimento financeiro de R$15,3 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV), representando uma alta de 21% em comparação ao ano anterior.
Esses números exuberantes demonstram a resiliência e a atratividade do mercado de imóveis de alto padrão, mesmo diante de condições econômicas adversas.
“As vendas de empreendimentos de padrão mais elevado foram bastante resilientes”, diz Fábio Tadeu Araújo, CEO da Brain. “O VGV cresceu, e esse crescimento foi impulsionado tanto por empreendimentos de segunda moradia, muito sofisticados, quanto por mudanças no padrão de consumo e pelo upgrade das moradias dos principais mercados.”
Para Álvaro Marco Coelho da Fonseca, diretor da imobiliária Coelho da Fonseca, o enriquecimento de um público mais jovem ajuda a explicar esse crescimento. “Atualmente há um público jovem para os imóveis de luxo, principalmente devido à expansão das empresas do setor financeiro e às startups”, diz ele. “Antes os imóveis de alto padrão, com preços na casa dos milhões, eram acessíveis apenas a pessoas mais velhas. Agora os jovens podem entrar nesse mercado e mudar as estatísticas.”
Duas tendências do mercado imobiliário de luxo em São Paulo:
- Redefinição do Conceito de Luxo: Anteriormente associado principalmente à metragem ampla, o luxo agora é percebido de forma mais abrangente. O CEO da Brain ressalta que o luxo contemporâneo está intimamente ligado ao projeto como um todo, englobando tanto o design quanto os serviços oferecidos. Essa mudança é evidenciada pelos lançamentos diferenciados em bairros nobres da cidade, que chamam a atenção do alto poder aquisitivo não apenas pela área, mas também pela qualidade arquitetônica e construtiva.
- Sustentabilidade como Imperativo: A sustentabilidade deixou de ser um mero elemento adicional para se tornar uma necessidade nos empreendimentos de luxo. Araújo destaca que a incorporação de práticas sustentáveis nos projetos não apenas se tornou uma tendência, mas também impulsiona a demanda nesse segmento. Os compradores estão cada vez mais conscientes da importância de edifícios ecologicamente responsáveis e buscam por isso em suas escolhas imobiliárias.
O CEO da Brain, empresa de desenvolvimento imobiliário, destaca mudanças significativas no setor de lazer e luxo, impulsionadas pela pandemia. Anteriormente considerado acessório, o lazer agora é fundamental, refletindo uma preocupação crescente com saúde e bem-estar. Prevê-se que em 2024, o mercado de luxo expandirá nacionalmente, alcançando cidades do interior, além das grandes capitais.
Essa expansão é impulsionada pela diversificação de projetos e propostas, atendendo tanto à primeira quanto à segunda moradia.
Cenário nacional
Em 2023, o mercado de luxo imobiliário no Brasil experimentou um crescimento significativo, com as vendas aumentando em 32,9%, totalizando 11,9 mil unidades vendidas e um valor geral de vendas (VGV) de R$35 bilhões. Este aumento contrasta com o desempenho geral do mercado imobiliário, que viu um VGV de R$111,9 bilhões com a venda de 195,8 mil unidades.
Um aspecto interessante foi a valorização dos imóveis de luxo na região Centro-Oeste, com um aumento de 5,6% no preço médio, chegando a R$2,5 milhões. No entanto, a região Sudeste permaneceu a mais cara, com preços médios de R$3,4 milhões.
No que diz respeito aos imóveis de superluxo, a região Norte se destacou com a maior alta no preço do metro quadrado médio, atingindo R$12,3 mil. Por outro lado, o Sudeste apresentou a menor valorização, com o metro quadrado médio custando R$27,4 mil. Este panorama reflete uma dinâmica diversificada no mercado imobiliário de luxo em diferentes regiões do Brasil.
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Informações retiradas de Vitória Fernandes à Forbes