O mercado imobiliário nos Estados Unidos está apresentando sinais de normalização após três anos de demanda frenética e preços exorbitantes. Em dezembro de 2022, o valor do segmento residencial no país foi avaliado em US$45,3 trilhões, o que representa uma queda de 4,9% em relação a junho.
Especialistas consideram esse resultado normal e um choque de realidade em relação ao cenário irreal vivido durante a pandemia. A redução do valor de mercado é atribuída ao aumento da taxa de juros do financiamento, que chegou a 7%, e à consequente redução do interesse do comprador americano no curto prazo.
Os impactos da normalização do mercado imobiliário nos Estados Unidos já estão sendo sentidos, com algumas cidades apresentando quedas significativas nos valores nominais das propriedades, como San Francisco (-24,8%), Washington DC (-24,7%) e Chicago (-19,7%). Miami (-4,5%) e Nova York (-6,3%) tiveram reajustes menores. O aumento das taxas de juros do financiamento é apontado como um dos fatores para essa queda de preços. Empresas do setor já estão ajustando suas expectativas de preços e se adaptando a esse novo cenário.
“Temos uma propriedade à venda que chegou a custar US$2,5 milhões no ano passado. Agora, se fechar em US$1,9 milhão, será um ótimo negócio”, afirma André Duek, sócio-fundador da Duek Lara Group, braço imobiliário da Sotheby’s International Realty, em Miami (FL).
Ele entende que há um novo normal na cidade, onde as emoções baixaram, e os negócios passaram a ser fechados de maneira mais técnica. “O mercado está mais racional, e isso é bom para quem compra e quem vende.”
Para Duek, existe uma janela de oportunidade que pede tomadas de decisão mais ágeis. “O investidor brasileiro que busca imóvel em Miami precisa estar com capital e disponibilidade de tempo para vir aos Estados Unidos e fechar a compra assim que surgir o imóvel”, analisa Duek.
Ele entende que há um novo normal na cidade, onde as emoções baixaram, e os negócios passaram a ser fechados de maneira mais técnica. “O mercado está mais racional, e isso é bom para quem compra e quem vende.”
Para Duek, existe uma janela de oportunidade que pede tomadas de decisão mais ágeis. “O investidor brasileiro que busca imóvel em Miami precisa estar com capital e disponibilidade de tempo para vir aos Estados Unidos e fechar a compra assim que surgir o imóvel”, analisa Duek.
Florida é exceção
A Flórida tem sido um ponto fora da curva em relação à queda no mercado imobiliário dos Estados Unidos. Com investimentos recentes em novos empreendimentos e estímulos à economia, as principais cidades do estado passaram a chamar atenção de compradores americanos do Norte e da Costa Oeste. Miami viu o valor do seu mercado residencial crescer quase 20% em 2022 em comparação com o ano anterior. Além disso, a cidade possui o bairro mais caro do país, Star Island, cujo preço médio das casas está em US$40 milhões. Grandes empresas e startups de Chicago, Nova York e Vale do Silício também estão migrando para a Flórida.
A Duek Lara esteve por trás de algumas dessas supervendas. Há um ano, a agência negociou um apartamento pé na areia no condomínio Surf Club by Four Seasons, em Miami Beach, por US$18,5 milhões. Na Baía de Biscayne, vendeu uma mansão por US$ 15,5 milhões, batendo o recorde histórico da região. No total, a empresa de André Duek e Carolina Lara movimentou US$98 milhões, com mais US$40 milhões pendentes de imóveis ainda em construção.
O ideal é buscar financiamento no Brasil
Segundo a corretora Cristina Hungria, especialista no mercado imobiliário de Nova York, obter crédito para comprar uma residência nos Estados Unidos pode ser mais fácil se o processo for realizado no Brasil. Isso porque a comprovação de renda e as garantias oferecidas pelo comprador estrangeiro são melhor aceitas em instituições financeiras localizadas no país de origem. Muitas dessas organizações contam com filiais em diferentes estados americanos para agilizar o acesso.
“Essa opção tem sido cada vez mais adotada entre os clientes brasileiros”, informa a corretora. “Nesta semana, atendi uma pessoa que não quis abrir conta bancária nos Estados Unidos, que é uma condição para o financiamento, e levantou todo o crédito no banco em que tem conta no Brasil.”
Além de eliminar parte do processo burocrático, a estratégia possibilita uma negociação mais agressiva junto ao vendedor. “Quem paga em ‘cash’ sempre consegue mais descontos sobre o preço pedido pelo imóvel”, afirma.
Para quem pretende morar na cidade temporariamente, por questões de estudo ou trabalho, a corretora sugere a compra do imóvel em vez da locação. “As prestações de financiamento e o aluguel estão com valores similares no momento. E, ao final do período de quatro ou cinco anos, pode-se vender o imóvel e recuperar o investimento com valorização de até 10%”, orienta.
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Informações retiradas do Globo