A Síntese de Indicadores Sociais 2023 do IBGE revela mudanças significativas nas condições de moradia no Brasil entre 2016 e 2022. Enquanto a maioria dos brasileiros (64,6%) ainda reside em imóveis próprios e quitados, houve um aumento na proporção de pessoas optando por alugar, passando de 17,3% para 20,2% nesse período. Em contrapartida, a parcela da população com imóveis próprios e totalmente pagos diminuiu de 67,8% para 64,6%.
Essa análise destaca uma transformação no cenário habitacional do país, indicando uma tendência de maior preferência pelo aluguel em detrimento da propriedade total nos últimos anos.
O aumento na proporção de imóveis alugados é evidente ao comparar os dados de 2022 com os de 2019, revelando uma mudança significativa no perfil habitacional no Brasil. Entre 2019 e 2022, a parcela de imóveis próprios e quitados diminuiu de 66,9% para 64,6%, enquanto a distribuição populacional em residências alugadas cresceu de 18,5% para 20,2%.
A pesquisa destaca variações na condição de moradia de acordo com a classe social e a região do país, observando que a prevalência de imóveis alugados é mais pronunciada na faixa etária de 15 a 29 anos, assim como nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. O analista Bruno Mandelli ressalta que esse aumento é mais acentuado na população de menor renda.
O estudo revelou que, em 2022, a condição de domicílio alugado afetou 18,3% da população mais pobre, um aumento de 4 pontos percentuais desde 2016. Entre os mais ricos, a taxa foi de 21%, representando um acréscimo de 3,2 pontos percentuais. A faixa etária de 15 a 29 anos enfrenta a maior proporção de aluguel, atingindo 25,6%, possivelmente devido à saída dos jovens de casa.
Por outro lado, a posse de imóveis é mais prevalente entre aqueles com 60 anos ou mais, alcançando 83,9%, enquanto a faixa de 0 a 14 anos possui a menor proporção de propriedades próprias, com 56,5%. Esses dados destacam as disparidades nas condições habitacionais, evidenciando desafios particulares enfrentados por diferentes grupos demográficos.
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Informações retiradas de Paula Martini e Lucianne Carneiro à Globo
