O mercado imobiliário de luxo em Maceió vive um momento aquecido, impulsionado por fatores como o turismo crescente, a especulação imobiliária e as consequências de um desastre ambiental que afetou milhares de famílias.
Valorização imobiliária impulsionada pelo turismo
Conhecida por sua deslumbrante orla, Maceió tem atraído um número crescente de turistas. Segundo a Booking.com, a cidade lidera o ranking de crescimento nas buscas neste verão, com um aumento de 94% em relação ao ano anterior. Dados da Aena Brasil revelam que, até novembro de 2024, cerca de 2,5 milhões de passageiros desembarcaram na capital alagoana.
Essa movimentação turística reflete diretamente no mercado imobiliário. Débora Cavalcanti, professora de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), aponta que há um grande volume de lançamentos de estúdios e apartamentos compactos destinados a investidores e fundos imobiliários.
Entretanto, esse crescimento tem seu preço. “A população mais pobre foi deslocada para áreas periféricas, onde os imóveis têm custo mais acessível”, critica a professora.
Desastre ambiental e impacto no mercado
Outro fator relevante para a valorização imobiliária em Maceió foi o desastre ambiental causado pelo afundamento do solo devido à exploração de sal-gema pela Braskem. Mais de 60 mil pessoas foram afetadas, e 2,5% da área urbana da cidade ficou inutilizável.
Milhares de famílias despejadas precisaram encontrar novas moradias, aumentando a demanda no mercado imobiliário. Isso provocou uma alta expressiva nos preços. De acordo com o índice FipeZAP, o valor médio do metro quadrado em Maceió quase dobrou desde 2018.
“Algumas famílias se mudaram para bairros menos valorizados, mas outras optaram por imóveis em áreas nobres, muitas vezes utilizando o dinheiro das indenizações”, contextualiza Débora Cavalcanti.
Em 2023, Maceió liderou o ranking nacional de valorização imobiliária, com um aumento de 16%, superando cidades como Goiânia, Campo Grande e Florianópolis.
Expansão do luxo para regiões vizinhas
O movimento de alta no mercado imobiliário não se restringe à capital. Áreas próximas, como Marechal Deodoro, também têm visto um boom de empreendimentos voltados ao público de alto padrão. Mansões em condomínios de luxo, terrenos milionários com vista para a lagoa e marinas cheias de iates e jet skis são comuns na região.
A Praia do Francês, um dos pontos turísticos mais icônicos do estado, também acompanha essa tendência.
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Informações retiradas de Breno Damascena ao Estadão