As criptomoedas saíram da ideia de utopia digital e começaram a fazer parte do mundo concreto. Hoje existem de lojas a imobiliárias que aceitam pagamentos em moeda virtual às recompensas financeiras em bitcoin, de torcedores que financiam seus clubes comprando criptomoedas à febre dos NFTs (tokens não fungíveis, na sigla em inglês). Essa tecnologia vem ocupando cada vez mais espaço no cotidiano das pessoas.
Avaliadas atualmente num total equivalente a R$10,2 trilhões, as criptomoedas já são aceitas por mais de 15 mil negócios no mundo, segundo estimativa da fintech americana Fundera. Mas essa é apenas uma parte de sua presença no dia a dia — e o fenômeno dos cashbacks em cripto atesta a popularidade da tecnologia, irresistível o bastante para servir de ferramenta de marketing.
Trazendo isso para o Brasil, usuários do app de pagamento InfinitePay recebem R$1 milhão por mês em criptomoedas como cashback quando quitam contas on-line. Já o 99Pay — que em uma ação publicitária no fim do ano passado ofereceu compra e venda de bitcoin na Praia de Ipanema, no Rio, — deu cashback na moeda virtual quando passou a permitir sua negociação na plataforma.
A Elite International Realty, corretora fundada por brasileiros em Miami, passa a aceitar moedas digitais neste ano. O clique veio quando o diretor Daniel Ickowicz soube que o empresário Roberto Justus recebeu moedas digitais na venda de um imóvel na cidade americana. Ickowicz procurou a paulistana Unblock Capital, que assessorou Justus na transação, e fechou parceria.
“O cara que comprou bitcoin lá atrás está cansado de ouvir da família que comprou vento. Ele tem ego. Quando ele aparece com um apartamento em Miami comprado com criptomoeda, enxerga valor”, diz Ickowicz.
As criptomoedas também invadem o esporte por meio dos fan tokens emitidos por clubes de futebol, que dão aos torcedores a chance de votar em decisões do time ou participar de promoções. Corinthians, Flamengo e Atlético Mineiro já lançaram os seus, e há vários outros na fila. Mas o fenômeno certamente é global.
Fonte: Globo