A recente alta da taxa básica de juros Selic que chegou aos 10,75%, e tem um grande impacto direto no custo do financiamento imobiliário, com isso, é imprescindível estar atento aos juros do crédito imobiliário das instituições financeiras para realizar a melhor assessoria para possíveis compradores
Para quem busca o crédito mais barato para a compra da casa ou do apartamento, a recomendação é : comparar o Custo Efetivo Total (CET) do financiamento, que se trata do cálculo de todas as despesas previstas em um contrato de financiamento.
Com o aumento da Selic, a média das taxas de juros cobradas por bancos, subiu em torno de um ano 2,37 ponto porcentual, de 6,96% subiu para 9,33%, segundo o levantamento MelhorTaxa.
A escalada dos juros do crédito habitacional se intensificou a partir do segundo semestre de 2021. No primeiro mês de 2022, o aumento foi puxado pela Caixa, onde a taxa média subiu de 8,30% para 8,90% ao ano. Apesar da alta, a Caixa ainda oferece a menor taxa média cobrada pelos grandes bancos: 8,9% ao ano. O Itaú cobra, em média, 9,1% ao ano; o Banco do Brasil 9,15% ao ano; o Bradesco 9,5% ao ano; e o Santander 9,99% ao ano.
Bancos voltam a segmentar clientes
Segundo Paulo Chebat, CEO da MelhorTaxa, além do crédito mais caro, os bancos voltaram a segmentar seus clientes pela renda, isso havia se encerrado no ano anterior, pelo fato da Selic estar nos históricos 2% ao ano.
Quando o cliente tem uma renda alta, além da facilidade para obter a concessão do crédito, pagam taxas mais baixas. Já para clientes com renda considerada intermediária, as taxas de juros são mais elevadas, destaca Chebat.
Trata-se de um movimento de retração dos bancos esperado no cenário de baixo crescimento econômico previsto para este ano, disse o executivo. “Para os bancos é importante separar clientes com menor risco de crédito.”
De acordo com as projeções do mercado financeiro que consta do último boletim Focus, a Selic encerrará 2022 em 11,75% ao ano. Ou seja, as taxas do crédito imobiliário ainda devem subir mais.
Apesar de as taxas terem aumentado, outras condições para os empréstimos não sofreram alterações: o valor mínimo exigido para entrada continua a ser de 20% do total financiado, e o prazo máximo do contrato é de 30 anos.
Alternativas ao financiamento
Para quem não consegue acessar crédito para a compra do imóvel nos bancos tradicionais, a alternativa pode ser tentar em startups como a CashMe, que pertence à Cyrela, ou em bancos médios como o Bari, que oferecem linhas que financiam a compra da casa ou do apartamento com um processo de análise de crédito mais flexível.
Mas há fatores importantes: as linhas de crédito cobram uma taxa de juros mais alta do que a dos bancos, e o financiamento é ligado ao IPCA, o índice de inflação ao consumidor, que encerrou o ano de 2021 com alta de 10,06%. Ou seja, o valor da parcela pode ser muito volátil ao longo do tempo. O valor de entrada pode ser maior.
Optar por um consórcio também pode ser uma alternativa: formalmente, não há cobrança da taxa de juros, no entanto, existe uma taxa de administração que varia entre as administradoras, onde o custo é elevado também.
É necessário muito cuidado na escolha, que não se reduz à taxa de administração, complementa Chebat. “Em alguns consórcios, quem quiser parar de pagar a parcela tem de esperar a dissolução do grupo para obter a restituição do dinheiro desembolsado”, ressaltou o especialista sobre o risco de ficar com o dinheiro aplicado preso.
Fonte: Exame