Nunca antes a taxa Selic esteve tão baixa. Depois da nona queda consecutiva (a quinta, só este ano), a taxa básica de juros chegou a 2%. Para se ter uma ideia, apenas quatro anos atrás, em 2016, ela estava a 14%.
Com isso, corretor, você já sabe o que esperar do mercado imobiliário para o ano que vem? Será que você e sua equipe estão preparados para aproveitar essa nova baixa histórica e aumentar as vendas?
Com a taxa Selic baixa, momento é perfeito para comprar imóveis
Antes de mais nada, é preciso entender bem como a taxa Selic influencia o setor e como ela pode ajudar o seu cliente a fechar negócio.
A taxa Selic é taxa média de juros paga pelo governo federal em empréstimos tomados de instituições bancárias. Isso significa que cada vez que ela aumenta, os bancos tendem a comprar títulos do governo, aumentando seus rendimentos.
Quando acontece o contrário, ou seja, a taxa Selic abaixa, como agora, os bancos são estimulados a emprestarem dinheiro diretamente ao consumidor, porque ao fazer isso estão aumentando a oferta de capital disponível no mercado.
Essa circulação maior de dinheiro na praça também estimula o comércio, fazendo com que os juros ao consumidor também caiam junto com a taxa Selic.
Isso significa que a taxa Selic também acaba regulando, mesmo que de forma indireta, as taxas de poupança, cartão de crédito, crediário, cartão de crédito – e de todos os financiamentos, inclusive o imobiliário.
Corrida dos bancos
Por isso, a cada baixa da taxa Selic, a tendência é que os bancos e instituições financeiras acompanhem esse movimento, baixando também os juros dos financiamentos imobiliários. Assim, o custo acaba sendo menor para o seu cliente, que, na prática, fica com mais dinheiro nas mãos.
E essa corrida dos bancos já começou. No início de 2020 a taxa de financiamento imobiliário estava em 9% ao ano. Hoje, a maioria dos bancos pratica juros abaixo de 7%.
Mas a concorrência pela preferência do consumidor está levando os bancos a praticamente reinventarem a sua forma de emprestar dinheiro. Em setembro, por exemplo, o Itaú criou uma modalidade de crédito imobiliário corrigida pela poupança, que atualmente está em 1,4% ao ano, mais taxa fixa de 3,99% a.a., o que significa juros de 5,39% a.a.
A Caixa, por sua vez, já havia baixado um plano de mitigação da crise com juros de 8% a.a. e um pacote de medidas facilitadoras, entre elas a inclusão dos custos de cartório e de ITBI no financiamento e redução da burocracia de 45 para 5 dias.
No entanto, é preciso orientar seu cliente para ter muita atenção aos critérios. O risco de inadimplência por causa da pandemia, que ainda não acabou, faz com que as instituições estejam sendo bem seletivos na concessão dos financiamentos imobiliários.
Mercado se mostra cada vez mais resiliente
De uma certa forma a pandemia mostrou o quão forte é o mercado imobiliário. O setor não só teve uma recuperação da crise do coronavírus acima das expectativas, como ainda em plena pandemia está com um volume de imóveis financiados ainda maior do que nos anos anteriores.
Os dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Acebip) são animadores. De janeiro a agosto de 2020 houve um aumento de 44% na quantidade de crédito imobiliário para pessoas físicas, totalizando R$ 53,3 bilhões. E o ano ainda nem fechou.
Investimentos ganham cada vez mais força
Por outro lado, não é só a busca pela casa própria que está aquecendo o mercado. Os investidores também têm uma boa parcela de responsabilidade – e isso também tem tudo a ver com a baixa da taxa Selic.
Afinal, os investimentos de renda fixa perdem atratividade na mesma proporção que a taxa cai e aumenta o interesse pelo investimento em imóveis.
Assim, cada vez que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduz a taxa básica de juros que serve de marcador para o mercado imobiliário, esse fica cada vez mais atraente.
Internet e tecnologia também incrementam os negócios
Um outro fator também influencia no bom momento do mercado imobiliário: a internet e a tecnologia. A verdade é que o consumidor se habituou e gostou da ideia de fazer tudo à distância, tendência acelerada e consolidada pela pandemia.
Com isso o cliente ganhou tempo e conforto para escolher a casa própria ou o próximo aluguel: ele escolhe, compara, visita e aluga ou compra imóveis pela internet. A imobiliária digital se tornou a galinha dos ovos de ouro, reduzindo tempo e custos para todas as partes envolvidas.
Veja como aproveitar a oportunidade
O resto é o movimento do mercado: comparar taxas para indicar o melhor banco de acordo com cada um e conhecer bem o perfil do cliente para ajudá-lo a montar a melhor estratégia.
Para uns pode ser mais interessante aumentar o valor da entrada, para outros reduzir o tempo de financiamento, por exemplo. Essa é uma boa época também para seus clientes de locação.
Não esqueça que muitos deles têm interesse em comprar o imóvel em que moram, ao mesmo tempo ser uma boa oportunidade para o proprietário arrecadar fundos para dar um upgrade no investimento.
Ou seja, esse é um ótimo cenário para usar os dados que você tem disponíveis para criar diferenciais de atendimento, propiciando uma melhor jornada de compra e venda para cada cliente.
O que esperar de 2021 para o mercado imobiliário
Não há dúvidas de que o mercado nunca esteve tão bom para comprar imóveis, mas 2021 pode guardar algumas surpresas. Apesar da promessa de vacina, tudo indica que a pandemia ainda deve durar, já que não parece haver possibilidade de vacinar toda a população de uma só vez.
Por outro lado, toda essa procura deve fazer o preço dos imóveis subir, o que é uma boa notícia para os investidores. Essa alta, inclusive, deve ser puxada pela própria taxa Selic, que também deve começar a aumentar novamente – puxando também o custo dos financiamentos.
Para quem quer comprar, portanto, o momento é ideal. Para quem quer vender, há de se pensar: aproveitar a grande procura atual ou aguardar mais um pouco para garantir uma valorização ainda maior do imóvel no ano que vem.
De acordo com a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), a taxa média de valorização ficou em 10,5% nos últimos 3 meses. Já o mercado de locação também deve lucrar com a alta dos aluguéis.
Nos últimos 12 meses, o Índice Geral de Preço-Mercado (IGP-M), tradicionalmente utilizado para corrigir os aluguéis, teve o maior patamar acumulado dos últimos 17 anos, ficando em quase 20,93%. E tudo indica que esse ritmo de crescimento deve se mantiver nos próximos meses.
E então, corretor, pronto para aproveitar as oportunidades geradas com a baixa histórica da taxa Selic?
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