A Casai, uma startup de hospedagem de curta duração e dona da marca brasileira Nomah, está encerrando suas operações no Brasil até o final deste mês devido ao mau momento do mercado de tecnologia. O serviço da plataforma, semelhante ao Airbnb, continuará no México, onde foi fundado em 2019. O serviço atendia São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis e Barueri com apartamentos para locação para nômades digitais.
O site da startup não permite mais a realização de reservas para os próximos meses. Além disso, a Casai removeu seus anúncios de imóveis em plataformas como Airbnb e Booking.
Ao passo que a Casai está encerrando suas atividades no Brasil, devido o atual momento do mercado de tecnologia e escassez de capital a empresa afirma que “o mercado de tecnologia e capital de risco passa por um momento desafiador e entendemos que a melhor alternativa era encerrar as atividades no País”. Desse modo, a Casai afirmou que não vai pedir falência e que o encerramento está acontecendo de “forma coordenada”.
Atrasos no pagamento
Embora as afirmações de que está tudo sendo realizado de forma “coordenada”, a empresa está atrasando o pagamento de fornecedores e proprietários de imóveis. A Casai confirma os atrasos, mas não revela as quantias a serem quitadas.
Fornecedores afirmam que a Casai não deu prazo para o acerto de dívidas e os pagamentos começaram a atrasar em setembro do ano passado. Um deles, está com um valor de R$17 mil em aberto “Estou em um vácuo. Não tenho capital de giro para sustentar o negócio sem receber essa quantia”, afirma.
A Casai afirma que “está entrando em contato com seus fornecedores para acerto de contas de valores pendentes e deve finalizar este processo ao longo do mês de janeiro.”
Para os proprietários, a empresa também afirma que vai utilizar a fiança locatícia para quitar as pendências e está “desenhando a melhor forma de pagamento”.
Por fim, todos os funcionários da Casai e Nomah no Brasil já estão em aviso prévio. A startup diz que não houve atraso nos pagamentos dos colaboradores e garante que antecipou as verbas rescisórias.
O que vai acontecer com o portifólio de imóveis da empresa?
Parte do portfólio de imóveis da empresa deve passar para as startups Tabas e Charlie. Na prática, os apartamentos para locação e seus respectivos proprietários que eram clientes da Casai e Nomah passam a estar disponíveis na plataforma dessas outras companhias — respectivamente, nascidas em 2020 e 2019 no Brasil.
Encerramento logo após fusão
O fim da operação brasileira da Casai marca o fim de uma jornada conturbada para a startup brasileira Nomah. Fundada em 2016, a empresa foi comprada em julho de 2020 pela Loft, um dos maiores nomes no mercado imobiliário brasileiro e recebeu um “banho de loja” ao mudar a identidade visual e receber o nome Nomah.
Ainda em agosto de 2022, a Loft vendeu a participação majoritária da operação para a Casai, startup fundada no México em 2019. A venda coincide com um momento difícil da Loft, que precisou cortar projetos e reestruturar a companhia, incluindo demitir 855 pessoas ao longo do ano passado.
Ainda assim, a Loft afirma que vai seguir como acionista minoritária da Casai, mesmo com a operação atendendo apenas o México.
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Informações retiradas de Estadão