Investir em imóveis tem sido uma opção popular entre os brasileiros, porém, nos últimos anos, o retorno obtido com a valorização dos preços no mercado imobiliário ficou consideravelmente abaixo da inflação e dos rendimentos da renda fixa.
Um levantamento realizado pela plataforma QuintoAndar, a pedido da Folha, revelou que o preço médio dos contratos de compra negociados em São Paulo registrou um aumento de apenas 5,32% entre março de 2021 e março de 2023. Essa cifra é significativamente inferior à inflação medida pelo IPCA, que foi de 16,48% no mesmo período, assim como ao rendimento do CDI, que alcançou 20,59%, conforme dados do TradeMap.
Ao analisar a valorização dos imóveis em São Paulo por região, observa-se uma diferença significativa nos preços. Na zona oeste da cidade, que abrange áreas como Butantã, Jaguaré, Panamby e Morumbi, o preço médio dos imóveis teve um aumento de 20,11% entre março de 2021 e março de 2023.
Por outro lado, na zona leste, que engloba bairros como Mooca, Tatuapé, Vila Ema e Vila Formosa, a valorização foi bem menor, com um aumento de apenas 2,28% no preço do metro quadrado. Essa discrepância mostra como a localização pode influenciar significativamente a valorização dos imóveis na cidade.
Cyro Naufel, diretor institucional do Grupo Lopes, afirma que a dinâmica na região oeste da cidade guarda relação com o alto número de lançamentos de alto padrão. No caso da zona sul, o desempenho reflete o grande número de estúdios lançados nos últimos anos, que costumam ter um tíquete médio menor que a média de mercado, diz Naufel.
“Dependendo do local de lançamento o preço pode variar bastante. Principalmente na zona sul, em que bairros como Vila Nova Conceição, Brooklin, Moema, Campo Belo são extremamente valorizados. Já no extremo sul, existem bairros com valores mais baixos. O que, consequentemente, acaba interferindo no preço final”, diz o diretor do Grupo Lopes.
Economista do QuintoAndar, Vinicius Oike afirma que a pandemia alterou a preferência de algumas famílias. “Houve aumento de preço em regiões com apartamentos grandes, em regiões arborizadas, com menos ênfase em centralidade”, diz o especialista.
A região central, por outro lado, tem sofrido com problemas como o fechamento de comércios e o aumento de criminalidade, com reflexos para os preços praticados no mercado imobiliário, afirma Oike.
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Informações retiradas de Lucas Bombana à Folha de São Paulo