Após uma crise no mercado imobiliário chinês, algumas corretoras vislumbram sinais de recuperação, mas especialistas alertam que o crescimento será gradual nos próximos anos. A flexibilização das restrições em 1998 impulsionou o setor, que é visto como um requisito para casamento e um investimento. No entanto, o mercado enfrenta desafios para garantir a sustentabilidade a longo prazo.
Nos últimos 20 anos, o setor imobiliário se beneficiou de facilidades de crédito para crescer rapidamente, porém acumulou dívidas e em 2020 teve seu acesso ao financiamento bloqueado pelas autoridades. Desde então, a disponibilidade de crédito encolheu e a demanda por imóveis diminuiu devido à crise econômica e de confiança.
A situação do setor imobiliário foi agravada pela crise da imobiliária Evergrande, que estava perto da falência e abalou a credibilidade de outras empresas. A empresa recentemente anunciou um acordo de reestruturação com um grupo de credores internacionais, o que poderia ajudar a reduzir sua enorme dívida. A empresa considera o plano como um “marco positivo substancial” que deve permitir a retomada das operações.
“Sinal forte”
“O mercado imobiliário chinês sofreu sua queda mais acentuada no ano passado, com uma queda de 24% nas vendas”, disse Rosealea Yao, da Gavekal-Dragonomics, uma empresa de consultoria de Pequim.
Mas depois de um ano sombrio, “o mercado imobiliário chinês deu sinais de estabilização” desde o início de 2023, segundo a Fitch Ratings. Em março, um estudo em grandes cidades chinesas registrou um aumento significativo nos preços dos imóveis, segundo dados divulgados no sábado (22) pelo Escritório Nacional de Estatísticas (ONE).
Das 70 cidades da lista oficial, houve aumento de preços em 64, mais do que os 55 de fevereiro e os 36 de janeiro.
“Este é um forte sinal de que a tão esperada recuperação está finalmente acontecendo”, disse à AFP Shehzad Qazi, diretor-gerente da China Beige Book, consultoria que acompanha a economia chinesa.
Mas outros observadores moderaram a perspectiva de longo prazo.
“Podemos ver uma recuperação nos próximos meses, mas a longo prazo, no próximo ano ou no ano seguinte, não acho que veremos uma grande recuperação”, afirmou John Lam, que monitora o mercado imobiliário chinês para o banco UBS.
Ele argumentou que o declínio da população da China, uma tendência iniciada em 2022, continuará e afetará a demanda imobiliária.
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Informações retiradas do UOL