Na última terça-feira (27), o Conselho Curador do FGTS aprovou o tão aguardado FGTS Futuro, uma medida esperada desde 2022. Essa decisão foi recebida com otimismo pelo setor imobiliário.
Mauricio Garcia, diretor-financeiro da Tenda, uma incorporadora listada em bolsa com forte atuação na faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), expressou entusiasmo com a novidade. Ele afirmou que o FGTS Futuro possibilitará à empresa manter o foco em atender predominantemente essa faixa de renda, que abrange famílias com ganhos mensais de até R$2.640. No último trimestre de 2023, 63% das vendas da Tenda foram direcionadas a esse segmento de clientes.
A aprovação do FGTS Futuro para direcionar os 8% do salário dos trabalhadores para pagamento do financiamento do Minha Casa Minha Vida (MCMV) é considerada um marco importante pela Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). Cerca de 60 mil famílias poderão ser beneficiadas anualmente, viabilizando a compra da casa própria.
A Abrainc espera que o FGTS seja expandido para outras faixas de renda além das abrangidas pelo MCMV, que atualmente incluem famílias com renda de até R$ 8 mil ao mês. O presidente da entidade, Luiz França, expressa a expectativa de que, no futuro, um número maior de famílias seja contemplado pela iniciativa, com base em um monitoramento da capacidade de pagamento dos beneficiados.
Com a aprovação no conselho curador, a implementação do FGTS Futuro está próxima, restando apenas a publicação das normas operacionais pela Caixa Econômica Federal, conforme destacaram os analistas Ygor Alterno e Ruan Argenton, da XP, em relatório. Entretanto, o programa também apresenta riscos.
Em caso de perda de emprego, o trabalhador pode solicitar a suspensão das prestações por até seis meses, como em outros financiamentos com recursos do FGTS. Contudo, se não conseguir retomar os pagamentos após esse período, corre o risco de perder o imóvel. Além disso, o valor da parcela continuará a incluir os 8% do salário anterior, mesmo que o trabalhador não tenha um novo emprego ou passe a receber menos.
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Informações retiradas de Ana Luiza Tieghi à Globo.com
