O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou hoje uma redução de 0,50 pontos percentuais na taxa básica de juros, a Selic, que agora está em 10,75% ao ano. Essa decisão terá amplo impacto na economia, afetando investimentos e tornando financiamentos para imóveis e veículos mais acessíveis para os consumidores.
A Selic influencia diretamente os juros de diferentes tipos de crédito, como empréstimos e financiamentos. De acordo com dados do Banco Central, a taxa de juros para financiamento de veículos permaneceu em 26,1% ao ano em janeiro de 2024, representando uma queda em relação aos 29,1% registrados no mesmo período do ano anterior.
No cenário financeiro atual, observa-se uma redução gradual nas taxas de financiamento imobiliário, refletindo o declínio da taxa básica de juros, a Selic. Em janeiro de 2024, os juros para financiamentos imobiliários atingiram 11,6%, diminuindo em 0,3 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
Esse movimento acompanha a trajetória de queda da Selic, que passou de 13,75% em agosto de 2023 para 10,75% na última reunião. A expectativa é que a Selic termine o ano em 9%, o que pode resultar em financiamentos mais acessíveis e parcelas menores para os consumidores, impactando positivamente na remuneração do tomador de crédito, segundo Gecilda Esteves, professora do IBMEC do Rio de Janeiro.
As variáveis que pesam nas taxas do financiamento
As taxas de juros de várias modalidades de crédito não são determinadas apenas pela política monetária, mas também por fatores como índices de inadimplência e demanda por empréstimos.
Essas circunstâncias obrigaram os bancos a serem mais cautelosos na concessão de crédito. Por isso, Matheus Nascimento, analista da Levante Corp, acredita que a queda dos patamares da Selic não será determinante na melhora das condições de pagamento do consumidor.
“As taxas devem se equilibrar em níveis menores, mas não a patamares que possam impulsionar a economia e o consumo de forma tão robusta”, diz Nascimento.
De acordo com dados do Banco Central, a taxa de inadimplência para financiamentos de veículos permaneceu em 5,1% em janeiro, o que significa que 5% dos tomadores de crédito não cumpriram suas obrigações financeiras. Apesar de uma queda de 0,4 pontos percentuais em comparação ao ano anterior, a taxa ainda está 1,1 pontos percentuais acima do índice de janeiro de 2022.
A inadimplência em financiamentos imobiliários se mantém estável, com uma queda de 0,1% em janeiro de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023, registrando 1%. No entanto, há uma variável preocupante para a classe média: os altos volumes de saques da poupança nos últimos meses.
Esses saques afetam diretamente o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que é crucial para o financiamento de imóveis no país. Como resultado, os financiamentos imobiliários podem se tornar mais caros para essa parcela da população, dificultando o acesso à casa própria.
A situação obriga o setor a buscar outras fontes de recursos para compensar os baixos volumes da poupança. A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) explica que as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), os Certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) e as Letras Imobiliária Garantida (LIG) têm sido as opções complementares, mas possuem um custo de operação ainda maior.
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Informações retiradas de Daniel Rocha à E-Investidor