Na última semana, especificamente na quarta-feira, 20, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou uma redução de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, deixando-a em 10,75% ao ano. Esta decisão não apenas repercute no mercado financeiro, mas também pode impactar os consumidores, governo e investidores devido ao seu efeito na economia como um todo, incluindo as taxas de financiamento, especialmente as de imóveis.
A queda da Selic geralmente sugere que empréstimos e financiamentos podem se tornar mais acessíveis e baratos. Entretanto, essa correlação não é direta quando se trata de financiamento imobiliário. Isso se deve à composição do funding (fonte de recursos) para crédito imobiliário, que inclui poupança e títulos de crédito incentivados. Enquanto a redução da Selic pode tornar mais baratos os títulos de crédito, afetando positivamente as taxas de financiamento, a poupança, que é uma parte significativa do funding, é impactada negativamente pela queda da Selic.
O financiamento imobiliário no Brasil tem uma regulamentação que estipula que parte do dinheiro depositado na poupança deve ser destinada ao crédito imobiliário. Essa parcela da poupança gera recursos para os bancos emprestarem a pessoas que buscam financiamento para comprar imóveis. Além disso, existem outros instrumentos financeiros, como Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), que compõem o funding imobiliário e também são afetados pelas mudanças na Selic.
Apesar da queda da Selic, especialistas alertam que as taxas de financiamento imobiliário podem não cair na mesma proporção, já que o mercado financeiro tem seus próprios mecanismos de regulação. Além disso, a demanda e oferta por financiamentos imobiliários podem influenciar as taxas. Quando as taxas de financiamento são baixas, a demanda por imóveis tende a aumentar, o que pode resultar em preços mais altos.
Apesar de ainda não haver uma redução nas taxas de financiamento imobiliário, alguns especialistas sugerem que este pode ser um bom momento para comprar imóveis, pois, se as taxas caírem mais tarde, a demanda aumentará, pressionando os preços dos imóveis para cima. A análise cuidadosa do mercado é essencial para tomar decisões financeiras inteligentes.
Quer continuar atualizado sobre o mercado imobiliário? Então se inscreva na nossa Newsletter. Todas as terças e sextas, às 7:15, nós enviamos no seu e-mail as principais notícias do mercado Imobiliário. Vejo você lá!
Informações retiradas de Rebecca Crepaldi à Exame