O mercado da construção civil no Brasil registrou a criação de 110.921 novos postos de trabalho com carteira assinada em 2024. Deste total, 10.701 vagas (9,65%) foram abertas na cidade do Rio de Janeiro, que, pela primeira vez nos últimos cinco anos, assumiu a liderança nacional na geração de empregos no setor. Em seguida, a cidade de São Paulo contabilizou 8.164 novos postos, representando 5,8% do total nacional.
Os dados inéditos foram divulgados no evento Setor da Construção: Panorama e Perspectivas para 2025, realizado nesta terça-feira (18) na sede da Firjan, no Centro do Rio. A apresentação ficou a cargo do vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) no Sudeste, Cláudio Hermolin, que também preside o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio), e da economista da CBIC, Ieda Vasconcelos.
“Foi um ano de grandes conquistas para a construção civil carioca. O Rio voltou a se destacar, não só na geração de empregos, mas também no crescimento do mercado imobiliário, no aumento das vendas e na ampliação de lançamentos. São indicadores que reforçam a força do Sudeste no setor e o protagonismo da cidade”, destacou Hermolin.
Sudeste impulsiona crescimento do setor
A expansão do número de trabalhadores formais na construção civil também refletiu no desempenho econômico do setor. No Sudeste, o aumento de 4,04% no contingente de empregados ajudou a impulsionar o Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil no país.
“O PIB do setor cresceu 4,1% no primeiro trimestre de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior, superando a média nacional. Esse avanço se deve, principalmente, ao dinamismo do mercado imobiliário, ao aquecimento da economia e ao fortalecimento de programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida”, explicou Vasconcelos. Segundo ela, a expectativa para 2025 é de um crescimento de 2,3%.
A região Sudeste também concentra 41,7% dos 286.277 estabelecimentos ligados à construção civil no país, incluindo canteiros de obras. São Paulo lidera o ranking com 58.702 endereços, seguido por Minas Gerais (41.258), Rio de Janeiro (13.165) e Espírito Santo (6.321), conforme dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho.
No panorama nacional, a construção civil no Sudeste responde por quase 48% da atividade do setor. São Paulo tem a maior participação (26,2%), seguido por Minas Gerais (12,2%), Rio de Janeiro (7,4%) e Espírito Santo (2%).
Desafios para o setor
Apesar do cenário positivo, a construção civil enfrenta obstáculos que podem impactar o ritmo de crescimento. Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a CBIC, os empresários apontam a falta de mão de obra qualificada e o alto custo da mão de obra não especializada como alguns dos principais entraves. Além disso, a taxa de juros elevada também preocupa o setor.
A Selic, que chegou a 13,25% em janeiro deste ano, pode sofrer novo aumento na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em março, podendo atingir 14,25%. Ainda assim, Hermolin e Vasconcelos se mostram otimistas quanto ao desempenho da construção civil em 2025.
Interiorização da construção civil no Rio
Além da capital, outras cidades do estado do Rio também se destacaram na geração de empregos no setor. Duque de Caxias registrou um crescimento de 15,47% nas novas contratações, enquanto Macaé, Niterói e São Gonçalo também aparecem entre os municípios com maior número de trabalhadores na construção civil.
Para o futuro, Hermolin ressalta a importância de expandir a atuação do setor para além da capital. “Nosso desafio agora é levar o crescimento da construção civil para o interior do estado. Esse será um dos focos do Sinduscon, da CBIC e do Fórum da Construção Civil na Firjan nos próximos anos”, concluiu.
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Informações retiradas de CBIC