O trabalho presencial voltou a ganhar força no Brasil, após o período de home office acelerado pela pandemia. Em 2024, a porcentagem de trabalhadores que atuam em modelo 100% presencial ou híbrido subiu para 69%, ante 52% no ano anterior, conforme aponta o estudo Tendências de Moradia do DataZAP, divulgado no Conecta Imobi.
A pesquisa, que entrevistou 718 pessoas em todo o país, mostrou que 51% dos trabalhadores já atuam presencialmente todos os dias. Outros 39% seguem em formato híbrido, com escalas de dias no escritório, e apenas 12% continuam no home office integral.
Entre os trabalhadores híbridos, a maior parte (30%) vai ao escritório uma vez por semana, enquanto 28% comparecem quatro vezes. Outros 26% trabalham presencialmente duas vezes por semana e 17% vão ao local de trabalho três dias por semana.
Impacto no mercado imobiliário
A volta ao trabalho presencial tem influenciado diretamente as escolhas de moradia. Segundo Gabriela Domingos, especialista em inteligência de mercado do Grupo OLX, proprietário do DataZAP, “80% das pessoas estão buscando imóveis na cidade onde moram, e entre aqueles que ainda trabalham de casa, 59% querem um espaço específico para um escritório.”
A proximidade com vias de acesso é outro fator relevante, com 75% dos entrevistados considerando isso um critério essencial. Além disso, 47% procuram imóveis perto de pontos de ônibus, e 23% desejam morar próximos a estações de trem ou metrô.
Quem está comprando imóveis?
O perfil dos compradores de imóveis revela que 58% são homens, com idade entre 41 e 59 anos. A maioria (60%) é casada ou vive em união estável, e 67% têm filhos. Além disso, 64% dos entrevistados possuem animais de estimação. Grande parte (62%) reside na região Sudeste, e quase metade pertence à classe B.
O estudo também aponta que 88% dos compradores estão à procura de moradia, enquanto 12% buscam imóveis para investimento. O orçamento para a maioria dos entrevistados (70%) está entre R$ 300 mil e R$ 500 mil, com 29% considerando o programa habitacional Minha Casa Minha Vida (MCMV), que contempla imóveis de até R$ 350 mil.
Influência dos juros e preferências de compra
As variações nas taxas de juros têm impacto significativo no setor imobiliário, com 66% dos entrevistados apontando essa influência. A volatilidade dos juros afeta especialmente a classe média, que depende de condições favoráveis para obter financiamento bancário.
Quanto ao tipo de imóvel, 39% dos entrevistados preferem apartamentos, um número que aumenta para 54% entre pessoas com mais de 61 anos. Já 35% preferem casas de rua. Imóveis usados atraem 65% dos compradores, enquanto 13% têm preferência por imóveis novos – principalmente Millennials, entre 29 e 40 anos, que demonstram maior interesse por lançamentos.
Metodologia
O levantamento Tendências de Moradia foi realizado pelo DataZAP entre 7 de junho e 7 de julho de 2024, com usuários dos portais ZAP Imóveis, Viva Real e OLX, que compraram ou estão interessados em comprar imóveis. Foram 718 entrevistas, com margem de erro de 3,7 pontos percentuais para o total da amostra.
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Informações retiradas de Beatriz Quesada à Exame.