O mercado imobiliário no Nordeste segue em forte expansão, especialmente no segmento de imóveis de luxo e superluxo, que registrou um crescimento de 85% nos últimos dois anos. Contudo, a capital pernambucana, Recife, não acompanhou esse ritmo acelerado, ficando atrás de cidades como Fortaleza e Salvador, conforme revela pesquisa encomendada pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-PE) e realizada pela Brain Inteligência Estratégica.
Os dados foram apresentados durante o primeiro Conexão Ademi de 2025, realizado no dia 13 de fevereiro. Em 2024, o Nordeste lançou 1.143 unidades nos segmentos de luxo e superluxo, representando cerca de 3% das vendas totais da região, mas com uma participação expressiva de 25% no valor total das transações no período.
Entre as principais capitais nordestinas, Fortaleza lidera no ticket médio dos imóveis de luxo, com R$3.037.249, seguida de Salvador, com R$ 3.032.113, e Recife, que aparece em terceiro lugar, com R$3.014.628. Já no segmento de superluxo, Fortaleza também se destaca, com um ticket médio de R$6.560.815. Além disso, o metro quadrado da cidade cearense é o mais caro da região, com média de R$ 16.926, superando até mesmo Maceió, em Alagoas, que tem R$16.899/m².
Os desafios de Recife
De acordo com Rafael Simões, presidente da Ademi-PE, Recife possui um grande potencial inexplorado, aliado a uma renda per capita superior à média nordestina. “Recife tem a maior renda per capita do Nordeste e um potencial muito grande para esse tipo de produto. Estamos falando de 25% do total do mercado imobiliário. É fundamental criar um cenário para estimular esse tipo de produto”, afirmou Simões.
A principal diferença entre Recife e outras capitais, como Fortaleza e Salvador, está relacionada a aspectos legislativos que facilitam a construção de empreendimentos de alto padrão nessas cidades. “O volume de metros quadrados permitido para construção e a viabilidade econômica da compra de terrenos são crucialmente diferentes, o que limita o desenvolvimento desse tipo de imóvel no Recife”, explicou.
Além disso, a ausência de um mercado consolidado de imóveis de alto padrão em Recife dificulta ainda mais o cenário. “Não há nem o substituto direto, que é o loteamento de alto padrão”, destacou Fábio Tadeu Araújo, CEO da Brain Inteligência Estratégica, durante a apresentação dos dados.
Estímulos para o crescimento do mercado de luxo
Com o crescimento do segmento de luxo no Nordeste, surge a necessidade de criar um ambiente propício para o desenvolvimento de imóveis de alto padrão em Recife. De acordo com os especialistas, alinhando legislações e melhorando a infraestrutura, a cidade pode finalmente explorar seu potencial e se posicionar de forma mais competitiva no mercado regional.
“No quesito segunda moradia, as praias de Carneiros e Muro Alto têm o metro quadrado mais caro do Nordeste. Então, existe uma renda aqui em Pernambuco”, afirmou Diego Vilar, CEO da Moura Dubeux, ressaltando o grande potencial do mercado imobiliário de luxo no Recife. “O mercado de imóveis antigos na avenida Boa Viagem também está bem aquecido”, completou.
Para Rafael Simões, o desafio agora é criar condições para o surgimento de projetos que atendam à demanda crescente, transformando Recife em um polo de investimentos imobiliários de luxo. “A expectativa é que, com um cenário adequado, a cidade possa não apenas acompanhar, mas também superar suas concorrentes no Nordeste”, concluiu o presidente da Ademi-PE.
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Informações retiradas de Lucas Moraes ao Jornal do Comercio