Em quatro décadas, o mercado imobiliário dos EUA nunca esteve tão pouco acessível. Após o frenesi que tomou conta do setor na pandemia, os preços começam a cair drasticamente. E, segundo os analistas, devem despencar ainda mais. Somado aos altos juros definidos pelo FED (banco central americano), o resultado é uma paralisia.
Afinal, ninguém quer arriscar o financiamento imobiliário, que tem o custo mais alto desde 2008, quando a expectativa é de preços ainda mais baixos. E, para os economistas de Wall Street, não há mesmo porque pagar mais caro quando tudo aponta para uma possível recessão.
Queda dos valores pode chegar a 25% no mercado imobiliário dos EUA
É justamente no mercado da Costa Oeste, um dos mais caros do país, que o declínio nos preços é mais acentuado. Este mês o Fed anunciou o terceiro aumento consecutivo de 0,75 pp. E o aperto monetário deve continuar.
Segundo Mark Zandi, economista-chefe da Moody’s Analytics, o preço médio no mercado imobiliário dos EUA deve cair de 5% a 10% em relação aos níveis de pico sem recessão, e até 15% em uma recessão leve. Em algumas áreas mais aquecidas, a expectativa é que os valores caiam em torno de 25%.
Com isso, o setor fica em compasso de espera. A oferta de unidades à venda já teve queda de 23% em agosto, em relação a 2021. E esse foi o sétimo mês consecutivo a registar queda nas transações de imóveis usados. Quem não precisa se mudar está segurando o imóvel para ver o que acontece.
Pedidos de hipotecas crescem nos EUA; taxa é a mais alta desde 2008
Além da possível recessão, a Mortgage Bankers Association informou nesta quarta-feira (21) que os pedidos de hipotecas aumentaram 3,8% nos Estados Unidos na semana encerrada em 16 de setembro ante a semana anterior.
“As taxas de hipotecas seguiram o exemplo na semana passada, aumentando em todos os níveis, com a taxa fixa de 30 anos saltando 24 pontos base, para 6,25% – a mais alta desde outubro de 2008”, disse Joel Kan, vice-presidente associado de previsão econômica e industrial da MBA.
“Assim como as oscilações nas taxas e outras incertezas em torno do mercado imobiliário e da economia em geral, os pedidos de hipoteca aumentaram pela primeira vez em seis semanas, mas permaneceram bem abaixo dos níveis do ano passado, com pedidos de compra 30% mais baixos e atividade de refinanciamento 83% menor” concluiu.
Fonte: Valor Econômico e InfoMoney