A taxa Selic, considerada a taxa de juros básica da economia brasileira, é um dos índices importantes que devem ser observados por todos aqueles que alugam uma casa para morar ou que dela fazem um meio de renda fixa.
Embora interfira em todas as negociações econômicas do país, a Selic não impacta de forma igualitária em todos os setores, isso varia de acordo com cada produto ou serviço.
Como a Selic impacta no mercado imobiliário?
Mesmo não tendo relação direta com o financiamento imobiliário, os efeitos da Selic são sentidos rapidamente por aqueles que utilizaram o crédito para adquirir um imóvel, sobretudo porque o Custo Efetivo Total (CET), é fortemente influenciado pela taxa básica.
Como calcular o reajuste do aluguel?
Criado pela Fundação Getúlio Vargas nos anos 1940, o Índice Geral de Preços (IGP-M), é utilizado para reajustar o valor de uma locação, conforme preveem os contratos de aluguel. No mês de março a inflação medida pelo IGP-M ficou em 1,74%, uma desaceleração quando comparada aos meses de fevereiro (1,83%) e janeiro (1,82%).
Nos últimos 12 meses a taxa acumulada foi de 14,77%, o que significa dizer que um aluguel que antes custava R$1.000,00 passou para R$1.147,70 mediante reajuste anual.
Se o aluguel é reajustado pelo IGP-M, qual o papel da Selic?
Combinado com a variação da Selic, o reajuste do aluguel pode influenciar a decisão de inquilinos e proprietários em manter o contrato em vigor, ocasionando em impactos de curto e longo prazo no mercado.
Caso o IGP-M esteja muito alto e um cenário de baixa da taxa básica de juros se instalar, provavelmente será mais interessante ao locatário abandonar o imóvel alugado e investir em um financiamento próprio. Quando generalizado, esse comportamento pode aumentar a oferta de bens disponíveis para alugar, pressionando os proprietários a baixarem os preços.
No sentido inverso, uma inflação mais baixa e juros mais altos forçam os locadores a se desfazer do imóvel para realizar um investimento do valor da venda em uma aplicação cuja remuneração é mais alta, processo conhecido como custo de oportunidade. Com poucas ofertas de imóveis no mercado, a tendência é o aumento de custo no aluguel.
Todos esses apontamentos são complexos e envolvem muitas variáveis, como a dinâmica local do mercado imobiliário, isso quer dizer que, muitas vezes os contratos são negociados diretamente entre proprietários e locatários e isso pode fazer com que o reajuste de aluguel seja mais tímido, mesmo com o IGP-M ou a taxa Selic mais altos.
Fonte: tecmundo