O investimento em projetos sustentáveis têm garantido bons resultados e certificações importantes para as construtoras de São José do Rio Preto (SP). Os selos atestam a eficácia das iniciativas que reduzem o impacto ambiental das obras e ainda garantem aos moradores funcionalidades amigas do meio ambiente.
Projetos sustentáveis avançam em direção ao interior
Os selos ambientais passam por critérios técnicos de instituições financeiras ou de setores da construção civil. E já são uma realidade em capitais como Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba, mas estão avançando rapidamente em direção às grandes cidades do interior do país, como Rio Preto.
A certificação abrange desde a escolha do terreno até a especificação paisagística, o modelo de construção e as atitudes sustentáveis. Por isso, para que uma certificação ambiental seja implantada na obra é preciso passar por estudo técnico e financeiro.
Dessa forma, é uma mudança que requer esforço, estudo, compreensão e compartilhamento de conhecimento. “Mas muitas empresas e fornecedores já enxergam essa realidade e possuem produtos e serviços de grande qualidade, adequados às certificações”, diz o arquiteto Daniel Ribeiro, especialista em construções sustentáveis.
Selo Verde do Banco do Brasil
A sustentabilidade na construção civil tem sido um assunto tão importante que passou a ser objeto contratual de vários setores, como o bancário. É o que diz Hugo da Silva Fabbri, diretor de Novos Negócios e Incorporação da Hugo Engenharia.
Recentemente a empresa conquistou o Selo Verde Ambiental do Banco do Brasil com o Pátio Pitangueiras, em Rio Preto. Mas, segundo Hugo, foi a consequência do trabalho implantado há dez anos. O projeto sustentável abrangeu a eficiência no gasto de energia e água e o reaproveitamento de resíduos durante a obra.
Mas vai mais além. As construções contam também com sistema seco (uso de dry wall em substituição à alvenaria), reuso da água para jardinagem, coleta seletiva, sistemas de elevadores e ar-condicionado inteligentes, pontos de recarga para carros elétricos e geração de energia solar.
Selo Casa Azul
Já o Selo Casa Azul Caixa foi entregue ao Fenhouse, da Pacaembu, pelo projeto sustentável recheado de soluções urbanísticas também em Rio Preto. No total foram considerados 51 critérios, entre eles qualidade urbana e bem-estar, eficiência energética e gestão inteligente de água, resíduos e entulhos.
Victor Almeida, co-presidente da Pacaembu, diz que tiveram que adotar métricas que não tinham antes. “O processo começa na concepção do projeto, com o planejamento dos principais parâmetros considerados pelo Selo Azul”, afirma.
Os prédios Montelena e Quintessa, da construtora Tarraf, em São José do Rio Preto, também conquistaram o Selo Casa Azul da Caixa.
Os projetos sustentáveis das construções contam com gestão inteligente de energia elétrica, iluminação em LED, elevadores e sistemas de ar-condicionado inteligentes, sistemas de conforto térmico e acústico e outras medidas que levam ao conforto com economia, evitando o desperdício e valorizando a relação com o meio ambiente.
Tomada de decisão deve ser feita no início do projeto sustentável
Claro que, como toda mudança, a sustentabilidade na construção também geram desafios. Um deles é a tomada de decisão, que deve ser feita logo no início do projeto. E são vários critérios e detalhes aos quais as construtoras ainda não estão acostumadas.
Por outro lado, conceitos ambientais, sociais e de governança ainda não têm normas padronizadas. E, ao mesmo tempo, até por não haver uma boa oferta de mão de obra totalmente especializada, os projetos sustentáveis saem mais caros do que os tradicionais.
“Esse conceito é um investimento que vai se pagando e passa a gerar lucros ao longo do tempo. Ter um empreendimento que se preocupa com o meio ambiente por si só já pode ser considerado valorizado”, afirma Hugo Fabbri.
Fonte: Diário da Região