Prédios inclinados no litoral de SP se tornam cobiçados e alcançam valores de até R$1,7 Milhão

A cidade de Santos, no litoral de São Paulo, ganhou notoriedade nacional como a “capital” dos prédios tortos no Brasil devido a mais de 300 construções que pendem para um dos lados. Embora peculiar, esses imóveis, especialmente aqueles localizados na orla da praia, são muito valorizados, podendo atingir até R$1,7 milhão de valor de mercado, com aluguéis estimados em até R$7 mil.

Surpreendentemente, a inclinação não se limita à orla, já que um levantamento da Prefeitura identificou um total de 319 edifícios com essa característica na cidade, sendo que os 65 em frente às praias apresentam uma inclinação mais acentuada.

Os edifícios com inclinação, segundo Caio Ferreira de Souza, corretor de imóveis e gerente comercial da Roda Imóveis, enfrentam desafios extras na hora da venda. Além da óbvia preocupação com a inclinação, existem outras questões que dificultam sua comercialização. Entre elas, destacam-se a dificuldade em obter financiamento, a ausência de vagas de estacionamento e os custos elevados do condomínio.

“Esses apartamentos são com venda à vista porque os bancos não financiam mais. Não é que eles desvalorizam, mas a gente não consegue vender por financiamento”, explicou Souza.

A principal preocupação destacada é o alto custo dos condomínios, que se deve tanto à presença de funcionários antigos como à opção pela terceirização da portaria. Esse fator encarece a locação e, ao mesmo tempo, provoca desvalorização no mercado de vendas, segundo a opinião do entrevistado.

Qual o valor de um apartamento?

• Em primeiro lugar, temos um amplo imóvel de 350 m² localizado no bairro Aparecida, com uma suíte, um banheiro, uma vaga na garagem e vista para o mar. Este luxuoso apartamento está sendo oferecido por R$1,7 milhão, com custos mensais de condomínio de R$2,1 mil, IPTU de R$450 e taxas da Marinha.
• No bairro Boqueirão, encontramos uma alternativa menor, com 147 m². Este apartamento possui três quartos, sendo uma suíte, dois banheiros e uma vista lateral para o mar. Seu preço de venda é de R$1,3 milhão, com custos mensais de condomínio de R$1,4 mil, IPTU de R$450 e taxas da Marinha.
• Já no bairro Embaré, um apartamento de 88 m², com dois quartos, dois banheiros, uma vaga de garagem e vista para o mar está à venda por R$770 mil. Os custos mensais com condomínio somam R$1,3 mil, com IPTU de R$245 e taxas da Marinha.

E o aluguel?

1. Apartamento de 220 m² com três dormitórios, incluindo uma suíte, e uma vaga de estacionamento por R$7 mil por mês, com todas as despesas inclusas no pacote, como condomínio, IPTU e taxas da Marinha.
2. Uma alternativa menor, com 110 m², oferece dois dormitórios, incluindo uma suíte, e também uma vaga de estacionamento. O pacote mensal para este imóvel é de R$5,5 mil, incluindo todas as despesas mencionadas anteriormente.
3. Para quem busca algo mais compacto, há uma opção de 58 m² com um dormitório, por R$4,5 mil ao mês. Mais uma vez, todas as despesas estão inclusas no pacote, tornando a locação mais conveniente.

Levantamento

Técnicos da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Edificações (Siedi) de Santos conduziram uma análise sobre a quantidade de edifícios tortos na cidade, em resposta à solicitação do vereador José Teixeira Filho, também conhecido como Zequinha Teixeira (PP). Zequinha Teixeira encaminhou essa demanda à prefeitura devido a preocupações expressas pela população em relação ao tema.

O objetivo da análise era determinar se havia um aumento no grau de inclinação desses edifícios ao longo de um período de um ou dois anos e se isso representava algum risco para os moradores. Segundo a prefeitura, embora os prédios estejam inclinados, as atuais condições não sugerem que haja comprometimento da segurança estrutural dessas construções.

O engenheiro civil Franco Pagani esclareceu que, apesar da inclinação, nenhum dos prédios inclinados na cidade apresenta risco iminente de queda. Ele destacou que edifícios estreitos e altos requerem maior atenção, pois têm maior propensão a inclinação, enquanto os edifícios grandes e retangulares tendem a afundar, mas não representam um perigo para a segurança.

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Informações retiradas de Brenda Bento à G1