O mercado de prédios corporativos em São Paulo atingiu um recorde de locações no ano passado, segundo dados da consultoria Newmark. Apesar de ainda haver muitos imóveis vagos, o setor está passando por um ciclo de recuperação após os impactos da pandemia. No quarto trimestre de 2023, os novos contratos de áreas locadas alcançaram 137 mil m², um aumento de 153% em relação ao mesmo período de 2022, indicando um aquecimento no mercado.
No acumulado de 2023, as locações totalizaram 452 mil m², representando um aumento de 37% em comparação com 2022, marcando o maior resultado desde o início da série histórica em 2007. No último trimestre de 2023, o mercado imobiliário registrou um saldo positivo entre áreas locadas e devolvidas, com uma absorção líquida de 73 mil m², representando um aumento de 170% em relação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, esse saldo foi de 142 mil m², refletindo uma expansão de 19%.
Esse resultado sugere que, apesar de algumas empresas ainda estarem devolvendo imóveis como parte de ajustes operacionais, a absorção líquida permaneceu acima da média histórica, que é de 120 mil m² por ano. Nos anos recentes, as devoluções superaram as novas locações, mas agora a tendência parece se inverter, indicando uma possível recuperação do mercado imobiliário.
Indicadores superaram expectativas
O mercado imobiliário comercial está testemunhando uma recuperação surpreendentemente robusta, superando as expectativas iniciais, de acordo com a análise da Newmark. A demanda por novos espaços por parte das empresas está em alta, com a maioria dos contratos de locação assinados recentemente envolvendo empresas dos setores de tecnologia, finanças e investimentos. Além disso, observou-se um movimento significativo por parte da indústria, especialmente nos setores de automação, equipamentos e farmacêuticas.
Uma das movimentações mais notáveis foi a da empresa chinesa Bytedance, proprietária do TikTok, que alugou cinco andares do Infinity Tower, um edifício proeminente no bairro Itaim Bibi, em outubro passado. Curiosamente, este é o mesmo prédio que anteriormente abrigava a Meta, empresa dona do Facebook e Instagram, que deixou o local em 2022 como parte de uma estratégia global de redução de custos com escritórios.
Empresas de renome como Accenture e Caixa Econômica Federal estão expandindo suas operações na região da Chucri Zaidan, em São Paulo. A Accenture firmou contrato para locação de três andares, totalizando 6,6 mil metros quadrados, no edifício Parque da Cidade. Enquanto isso, a Caixa garantiu dois andares, com 4,4 mil metros quadrados, no prédio River View, também na mesma região.
Nível de vacância teve leve queda
No final de 2023, o mercado de prédios corporativos registrou uma leve queda na vacância, caindo para 23,3% em comparação com 23,8% em 2022. Esse declínio foi impulsionado pelo aumento das locações, embora tenha sido contrabalançado pelo aumento da oferta devido à conclusão de novos empreendimentos. Apesar disso, a demanda aquecida permitiu aos proprietários aumentarem os preços dos aluguéis. O valor médio mensal subiu para R$ 95 por metro quadrado, representando um aumento de 7% em relação ao ano anterior.
Em meio ao mercado imobiliário de São Paulo, a disparidade nos valores de aluguel de escritórios é evidente, com localidades como Itaim Bibi e Faria Lima alcançando valores expressivos de R$233 e R$220 por metro quadrado ao mês, respectivamente. Nessas áreas, a demanda é alta e os espaços disponíveis escassos. Em contrapartida, regiões como Chácara Santo Antônio e trecho sul da Marginal Pinheiros apresentam valores mais modestos, oscilando em torno de R$55 e R$32 por metro quadrado ao mês, devido à menor procura e abundância de prédios disponíveis.
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Informações retiradas de Circe Bonatelli à Estadão