Um levantamento revelou que os imóveis situados próximos da região da cracolândia sofreram uma desvalorização significativa de 27% em relação ao valor do metro quadrado negociado no segundo semestre de 2021 e o mesmo período de 2022, que foi de R$3.635 para R$2.654. Essa queda superou o índice de desvalorização em áreas vizinhas, que foi de 11%
A crescente presença de dependentes químicos na região causa impacto direto para o mercado imobiliário. No segundo semestre de 2022, a desvalorização dos imóveis negociados nas ruas afetadas foi evidente em comparação com o ano anterior.
No período entre julho e dezembro de 2022, a rua Guaianases se destacou como a mais movimentada em transações imobiliárias, com 13 apartamentos vendidos a uma média de R$2.337 por metro quadrado, numa área impactada pela presença de dependentes químicos. Este valor representou uma redução de 15% em relação aos anos de 2019 a 2021, quando 11 apartamentos foram vendidos na mesma região por R$2.734 por metro quadrado.
Um caso específico chama atenção: um apartamento de 40 metros quadrados, com um dormitório, foi vendido por R$261.365 em outubro de 2022, após ter sido adquirido por R$448.019 em fevereiro do ano anterior. Este declínio de valor, que chega a 71%, pode estar associado à ocupação da cracolândia próxima à praça Júlio Prestes, a cerca de um quilômetro de distância.
Além da rua Guaianases, as áreas ocupadas pela cracolândia também experimentaram uma queda nos valores imobiliários. Na rua Helvétia, houve uma diminuição de 20% no valor médio dos imóveis comercializados em 2022, em comparação com anos anteriores. Já na rua Vitória, essa perda foi mais acentuada, atingindo 39% no valor do metro quadrado.
No ano de 2022, a região abrangendo a cracolândia exibiu o segundo metro quadrado mais barato entre os setores vizinhos, com um valor de R$ 3.649. Apenas uma área fiscal, correspondente à metade do Bom Retiro e parte do Pari, teve um valor ainda mais baixo, com R$ 2.779.
Câmara Municipal aprova isenção do IPTU de imóveis localizados no Centro
Diversos comerciantes enfrentam perdas de clientes e saques, levando alguns a encerrar suas atividades. Em resposta a essa situação, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou em primeira votação a isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para imóveis comerciais em determinadas ruas do Centro da cidade. A medida visa estimular a recuperação econômica nessas áreas afetadas.
A isenção se aplicará a segmentos das ruas Guaianases, dos Gusmões, dos Protestantes, Conselheiro Nébias, General Couto de Magalhães e Vitória. No entanto, a dispensa fiscal não abrangerá empreendimentos fechados, sendo reservada para outros tipos de comércios a partir de 2024 e 2025. Antes de ser implementado pelo prefeito Ricardo Nunes, o projeto requer uma segunda aprovação em votação.
A presença desses indivíduos levou ao fechamento de mais de 20 estabelecimentos comerciais na área da rua Santa Ifigênia e no bairro de Campos Elíseos. Agora, uma proposta aprovada pelos vereadores está gerando preocupações entre os lojistas da região central.
Eles temem que a isenção proposta possa desencadear desequilíbrios nos preços praticados pelo comércio local. Os comerciantes argumentam que a isenção poderá prejudicar os estabelecimentos não beneficiados, que também enfrentam dificuldades decorrentes da crise de segurança originada pelo fluxo de dependentes químicos.
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Informações retiradas de Mariana Zylberkan, Cristiano Martins, Nicholas Pretto à Folha | Flávya Pereira à Money Times