A visão de analistas e empresários é que os valores devem andar, na média, em um passo mais semelhante ao da inflação. Há uma perspectiva de que o mercado imobiliário sofra algum desaquecimento devido à perda no poder de compra das famílias pelos efeitos da inflação passada e do endividamento, combinado com o aumento nas taxas de juros dos financiamentos – fatores que enfraqueceram a demanda.
Juros do financiamento permanecerão altos, e a saída será escolher um imóvel menor ou em área mais distante do planejado, segundo especialistas.
“Dificilmente os aumentos de preços que vimos em 2022 vão se repetir em 2023. Deve haver algum aumento, sim, mas numa escala menor”, estimou o coordenador do curso de negócios imobiliários da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Alberto Ajzental.
Há também o peso das incertezas sobre os rumos do País. Isso é típico dos momentos de transição de governos, mas atrapalha quem vai tomar uma decisão que envolve desembolsos expressivos. Tanto que o movimento nos estandes das construtoras caiu nos meses de novembro e dezembro.
Ao longo de 2022, os preços dos imóveis subiram mais do que a inflação. Em parte, isso é explicado pelo crescimento robusto da economia brasileira, com geração de empregos e maior controle da inflação. As construtoras continuam reajustando os valores pedidos nos estandes, as empresas ainda procuram recompor as margens que ficaram espremidas.
“Os preços das residências continuam apresentando evolução positiva, e vemos pouco espaço para que a tendência se esgote no curto a médio prazo, já que os custos de reposição estão em alta mesmo com a desaceleração da inflação”, afirmou o analista do Bradesco BBI, Bruno Mendonça.
Com os imóveis novos ficando mais caros, os usados também costumam seguir essa tendência. Leva-se em conta o chamado “custo de reposição”. Ou seja: se o proprietário vender seu imóvel, quanto custaria comprar um novo.
É possível acompanhar o comportamento dos preços a partir de duas pesquisas nacionais. Ambas mostraram evolução dos preços acima da inflação oficial do País, medida pelo IPCA, que atingiu 5,9% no acumulado dos últimos 12 meses até novembro.
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Informações retiradas do Estadão