O investimento de jogadores de futebol no mercado imobiliário é uma prática comum entre atletas. O vínculo entre o futebol e o setor imobiliário é antigo e, apesar das mudanças nas estratégias de investimento, os imóveis continuam sendo um ativo importante.
Parcerias para a construção de condomínios de alto padrão no litoral e investimentos em edifícios de luxo são exemplos claros dessa tendência. Muitos jogadores estão envolvidos em projetos imobiliários grandiosos e na compra de imóveis para aluguel. Segundo uma reportagem do E-Investidor, a carteira de investimentos dos jogadores inclui cerca de 40% em imóveis, 50% em renda fixa e uma pequena parte em renda variável.
Para William Machado, ex-jogador de futebol e sócio da Fami Capital, essa preferência pelo setor imobiliário é influenciada pelo medo que os pais desses atletas têm da hiperinflação vivida no Brasil no fim dos anos 1990. “Eles concentram seu dinheiro naquilo que ouvem que é bom. E muitos pais tinham temor do que a inflação faz com seu patrimônio”, afirma William. “A expectativa é que a renda dos alugueis sustente o custo de vida deles depois da aposentadoria. O problema é que nem sempre isso acontece”, alerta.
Jovens com muito dinheiro
William acredita que o mercado imobiliário é um bom investimento, mas destaca que a falta de informação é um grande risco. “Tanto para jogadores, quanto para advogados, médicos ou engenheiros, investir em imóveis é uma oportunidade de diversificação acertada. Só é necessário ter cuidado com a forma como isso é feito. Eles não podem achar que qualquer imóvel é bom por qualquer valor”, explica.
A rotina intensa de treinos, viagens e jogos contribui para a desinformação dos jogadores, que, apesar de terem recursos financeiros, não possuem tempo para estudar o setor imobiliário.
“Poucas profissões mobilizam tanto dinheiro em um momento tão jovem da carreira quanto a de um jogador de futebol. Ao invés de investir em um apartamento de 100 mil reais, é comum um atleta comprar dois de R$ 500 mil. E como ele vive de um alto salário mensal, muitas vezes ele não precisa da rentabilidade do imóvel e não se importa com o que está recebendo de aluguel”, analisa William. “Essa conta só é feita quando ele está prestes a se aposentar.”
A solução, segundo o consultor financeiro, não é deixar de investir em imóveis, mas aprender a gerenciar esses ativos de forma eficiente. “Quanto um imóvel físico vai, de fato, te ajudar na aposentadoria? Por não fazer este tipo de conta, muitas vezes o jogador se ilude e depois precisa dilapidar a sua estrutura financeira ao vender essas propriedades por valores menores”, exemplifica.
Investir no mercado imobiliário é uma estratégia que pode ser muito vantajosa, desde que feita com conhecimento e planejamento adequados.
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Informações retiradas de Breno Damascena ao Estadão