A construção de edifícios, sejam eles comerciais ou residenciais, deve seguir rigorosos critérios para garantir a segurança dos trabalhadores e a eficácia do projeto. No entanto, mesmo após a conclusão, é fundamental que os prédios passem por avaliações e manutenções contínuas. Para esclarecer essas etapas, conversamos com especialistas na área.
Durante a construção
Durante as obras, um gerenciamento de risco é implementado para evitar acidentes, tanto para os trabalhadores quanto para os futuros moradores, caso ocorra algum dano estrutural.
Após a conclusão da obra
Após a finalização do projeto, o edifício é submetido a vistorias do Corpo de Bombeiros e órgãos fiscalizadores. Alguns dos requisitos avaliados incluem:
- Estrutura do prédio
- Condições das instalações elétricas e rede de esgoto
- Presença de extintores de incêndio
- Sinalização e saídas de emergência
O projeto deve ser assinado por um engenheiro ou arquiteto registrado no Conselho de Arquitetura e Urbanismo (Cau) ou no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea).
Segurança Pós-Habitação
José Antônio Armani Paschoal, engenheiro e especialista em segurança do trabalho e acidentalidade na construção civil, destaca a importância de seguir a norma regulamentadora que determina as condições necessárias para uso e habitação dos imóveis. “Após a construção, temos a segurança pós-habitação, por isso existe uma norma regulamentadora que direciona as condições de habitação, planos de manutenção preventiva e conservação desse edifício”, explica.
Depois da liberação do alvará de habitação, a administradora responsável pelo edifício deve manter os protocolos de segurança. Em casos de acidentes devido à falta de manutenção, ela pode ser responsabilizada e penalizada.
Riscos de prédios mal conservados
Prédios mal conservados são facilmente identificados por profissionais da área. A falta de manutenção periódica compromete a integridade do edifício, podendo causar problemas como infiltrações, rachaduras, comprometimento de tubulações, rede de energia elétrica e até a estrutura do prédio.
José Eduardo Cury Megid, engenheiro, enfatiza a importância da manutenção e, em alguns casos, da interdição do local para garantir a segurança dos moradores. “Normalmente, os sinais mais aparentes são marcas de vazamentos, fissuras e trincos nas paredes e vigas”, afirma. A partir desses indícios, é necessário contratar um profissional para elaborar laudos detalhados sobre as benfeitorias necessárias e uma planilha com a previsão dos serviços de manutenção.
Interdição do prédio
A interdição de um prédio pode ocorrer se os relatórios técnicos comprovarem a necessidade. A avaliação também pode ser realizada pela Defesa Civil. “Na engenharia, sempre existem boas soluções por ser uma ciência exata, mas em casos em que o laudo pede a interdição, com toda certeza ela será feita”, reforça José Eduardo Cury Megid.
Envelhecimento de prédios
A vida útil de uma edificação é, em média, de 50 anos. O uso prolongado do espaço provoca mudanças estruturais e envelhecimento, influenciados por fatores internos e externos. Manutenções regulares e um plano preventivo podem aumentar a durabilidade do prédio.
José Antônio Armani Paschoal destaca que, ao longo desses 50 anos, mudanças no tecido urbano podem ocorrer devido ao progresso da cidade e transformação de funções, como de residencial para comercial. Os proprietários de apartamentos e salas comerciais devem colaborar com o processo de manutenção, realizando visitas regulares de eletricistas, encanadores, pedreiros e especialistas em construção civil.
Márcia Gandolfi de Oliveira Camargo, moradora de apartamentos há 12 anos, nunca teve problemas com manutenção. “Morei durante muito tempo em São Paulo, Catanduva e hoje estou em Rio Preto. Todos os prédios sempre foram seguros e sempre me senti segura”, conta a moradora.
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Informações retiradas de João Pedro Maciel G1