Em 2019, antes do mundo ser surpreendido pela COVID-19, a relação do brasileiro com a casa própria estava mudando. Os principais analistas financeiros, destacavam as vantagens do aluguel ao invés da compra do imóvel, com cálculos que provavam que investir o dinheiro era mais rentável que aplicá-lo na compra de um imóvel. Por outro lado o perfil do consumidor estava em processo de mudança: não sentia mais a necessidade de “possuir algo” e sim “usufruir de algo” pelo tempo que necessitasse. Pesquisas de 2019 confirmam que mais de 61% dos brasileiros que estavam na busca por um imóvel, tinham a preferência pelo aluguel. Além de outras preferências: o imóvel deveria ser próximo ao local de trabalho, com espaços cada vez mais compactos ou até mesmo compartilhado para baratear o custo.
Então veio a pandemia, o home-office, a instabilidade econômica, e mudou totalmente a nossa relação com a casa, emprego e família.
Uma pesquisa recente feita pelo Google, mostra que 42% dos entrevistados se sentem mais ligados ao seu lar. Isso reflete diretamente no desejo de ter seu próprio lar, é o que aponta a pesquisa, onde 57% dos brasileiros dizem enxergar a casa própria como prioridade número 1 de investimento. E os números confirmam: só no primeiro semestre desse ano, o mercado imobiliário registrou um aumento de 46,1% na venda de apartamentos novos.
As preferências também foram alteradas. Agora o consumidor deseja espaços maiores, com dois ou mais dormitórios, pois as atividades passaram a serem feitas dentro de casa.
“Ao adotar o home office, o modelo de ensino EAD (Educação à Distância) e, até mesmo, os exercícios físicos em casa, os consumidores ressignificaram o lar que, para muitos, até então, se restringia a um espaço de dormitório”, afirma Diego D’Alexandre gerente da construtora e incorporadora De Castro.
Outra mudança radical foi na forma de fechar negócio. O consumidor se adaptou rapidamente ao meio digital no longo período em que as pessoas precisaram ficar confinadas em suas casas. Assim, não apenas a busca por um imóvel inicia-se pela internet, mas quase todo o processo de compra também é realizado online. O resultado é que as empresas do mercado imobiliário tem passado por grandes mudanças para acompanhar toda essa digitalização, e principalmente nas grandes imobiliárias, a inovação se tornou a nova palavra de ordem.
Fonte: Jornal de Brasília
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