A ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) em parceria com Deloitte entrevistou 51 construtoras e incorporadoras afim de apurar o Indicador de Confiança do setor imobiliário residencial, divididas nos seguintes segmentos: 32% Casa Verde Amarela (CVA), 33% Médio e Alto Padrão (MAP) e 35% atuantes em ambos os segmentos. O levantamento, realizado entre 1º e 20 de outubro de 2021 ouviu executivos de alto escalão (C-Level) das empresas participantes.
Os resultados mostraram que o mercado imobiliário mantém em alta a expectativa de novos lançamentos no setor ao longo dos próximos 12 meses, e também em relação à aquisição de terrenos para futuros empreendimentos.
Os dados obtidos ainda revelam que no 3° trimestre deste ano, houve redução na demanda, impactando consequentemente as vendas de imóveis residenciais. Tal redução se deve a alta dos preços dos imóveis, nos dois seguimentos Casa Verde Amarela, e Médio e Alto Padrão. O preço dos imóveis foi alvo também da pesquisa, e as expectativas de 100% dos entrevistados é de que os valores continuem a subir no médio e longo prazo, sendo a primeira vez que o índice atingiu nota máxima.
Indicador de confiança do setor imobiliário residencial
A metodologia do estudo é diferenciada para interpretar os resultados e facilitar a análise entre os trimestres. Os percentuais de respostas foram transformados em notas entre 1 (forte redução) a 3 (Forte aumento) as repostas dos participantes indicam se houve redução, manutenção ou aumento em ao trimestre anterior para os itens de procura, vendas, e preços dos imóveis, as respostas também representam as expectativas.
Resultados do 3º trimestre e expectativas:
Procura de imóveis (Nota 1,80 = Redução). A demanda geral (CVA + MAP) reduziu no período, após ter registrado crescimento no trimestre anterior. A procura no 3º tri foi mais fraca, principalmente para imóveis CVA, que teve aumento de custos e de preços. A demanda por imóveis MAP se manteve por conta das condições atrativas de financiamento no período.
Vendas (Nota 1,69 = Redução). Por conta da situação econômica do País e do aumento nos preços de imóveis no período, as vendas tiveram desempenho mais fraco no 3º trimestre, em relação ao 2º tri.
Expectativas para vendas (Nota 1,98 = Manutenção). Para o 4º trimestre de 2021, o empresariado do setor imobiliário residencial espera manutenção nas vendas. Para os próximos 12 meses, a expectativa de recuperação é apenas para o segmento CVA.
Preço de imóveis (Nota 2,83= Forte Aumento). Os preços dos imóveis seguem com a tendência de alta, apontando forte aumento até o final do ano – a expectativa geral (CVA+MAP) para o 4º trimestre é de 2,68. Isso ocorre porque há a pressão dos custos impactando nos preços; por outro lado, o consumidor está mais cauteloso na compra.
Expectativa para os preços dos imóveis (Nota 2,68 = Forte Aumento). As expectativas para os preços dos imóveis residenciais seguem com forte aumento para o 4º trimestre, para os próximos 12 meses e para os próximos cinco anos; 100% dos entrevistados declararam expectativa de alta no longo prazo (nota 3,00 para o período de cinco anos). Foi a primeira vez que o índice atingiu nota máxima.
Incorporadoras não vão desacelerar!
A expectativa de lançamento de empreendimentos para os próximos 3 à 12 meses é positiva: 90% no geral (CVA+MAP); A boa expectativa para CVA (91%) pode ser reflexo do aumento do limite do enquadramento dos preços aprovados pelo governo em setembro e que devem entrar em vigor no próximo ano.
O número positivo se repete na expectativa de aquisição de terrenos para empreendimentos residenciais: 81% no geral, 82% no CVA e 80% no MAP. Esse cenário indica boa confiança do empresariado no segmento.
A Sócia Claudia Baggio de Financial Advisory e líder da prática de Real Estate da Deloitte, conta que “Nesta edição do indicador nos deparamos com um cenário geral de retração e com expectativas de médio e longo prazo menos otimistas no que diz respeito à alta dos preços. No entanto, há índices positivos, como lançamentos e aquisições de terrenos, que seguem aquecidos. O trimestre anterior tinha sido muito positivo para o segmento imobiliário residencial, mas, para que as expectativas se concretizem é necessário que haja a manutenção de condições econômicas favoráveis para o Brasil”
Fonte: ABRAINC