Nos Estados Unidos, o Federal Reserve enfrenta desafios econômicos significativos. Para combater uma inflação recorde, o Banco Central tem aumentado as taxas de juros, uma medida crucial para preservar o poder de compra do dólar. Embora essa política de aperto monetário possa desacelerar o crescimento econômico, é vista como essencial para evitar problemas estruturais na inflação.
Paralelamente, a dívida pública dos EUA atingiu níveis sem precedentes, elevando o risco de uma crise fiscal. Isso tem impacto nos mercados de títulos, resultando em prêmios de risco mais altos e taxas de juros futuras crescentes. A percepção desse risco já está presente nos leilões de oferta primária e influencia o mercado secundário de títulos, impulsionando a formação da curva de juros americana.
Economia cresce em ritmo moderado
Apesar dos desafios enfrentados, a economia americana continua a crescer, embora em um ritmo mais moderado. O consumo privado, que representa mais de dois terços da economia, aumentou 3,4% no segundo trimestre de 2023.
O mercado de trabalho permanece forte, com uma taxa de desemprego de 3,8%, e os investimentos empresariais cresceram 1,3%. O 3º trimestre registrou um crescimento econômico notável de 4,9%, o mais alto em quase dois anos, impulsionado pelo aumento do consumo privado e dos investimentos empresariais.
Surpreendentemente, a economia americana mostra resiliência diante das políticas monetárias contracionistas do Federal Reserve, contrariando expectativas anteriores. A narrativa de um possível aumento de juros e uma política monetária mais restritiva poderia ser respaldada por indicadores de deterioração, mas a recente desaceleração no Payroll questiona essa perspectiva.
Em meio a desafios globais, como a estagnação na Europa e os problemas estruturais na China, os Estados Unidos destacam-se como um exemplo de resiliência econômica.
E o mercado imobiliário?
No cenário hipotecário nos EUA, o ano foi marcado por desafios, com alta demanda contida devido a taxas de financiamento elevadas. Muitos consumidores adiaram financiamentos em busca de melhores condições. Contudo, desde março, construtoras americanas têm acumulado estoques, antecipando um novo ciclo.
A Taxa de Juros de Empréstimo Hipotecário de 30 anos atingiu 7,86%, o maior em 23 anos, mas recentemente caiu para 7,6%, a maior queda semanal desde julho de 2022. Fatores como a redução na emissão de títulos do Tesouro e a postura “dovish” do Federal Reserve contribuíram para essa mudança, impactando positivamente as condições de financiamento.
Em um cenário de política monetária contracionista, a comunicação do Fed e indicadores econômicos revelam uma deterioração na atividade, impactando a demanda agregada. A redução das taxas resultou em um aumento de 2,5% nas solicitações de hipotecas, indicando uma resposta imediata. Apesar da cautela dos consumidores em relação a empréstimos, os números sugerem uma progressiva liberação da demanda reprimida. O mercado imobiliário americano permanece sob escrutínio diante dessas dinâmicas.
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Informações retiradas de Pedro Goulart à Investing