Após o término da pandemia de coronavírus, observam-se mudanças duradouras nos modelos de empreendimentos imobiliários, influenciadas pelas transformações comportamentais geradas durante a crise. A preferência por espaços abertos, bem iluminados e ventilados, assim como a adoção do trabalho híbrido, estão moldando os novos prédios residenciais e comerciais.
O aumento do tempo passado em casa devido ao trabalho remoto resultou em uma maior valorização do espaço e bem-estar nas residências, levando a uma demanda crescente por tais características nos projetos habitacionais.
Nos prédios comerciais, nota-se uma ampliação das áreas ociosas, tanto nos escritórios como nos estacionamentos, devido à redução do fluxo diário de trabalhadores. A presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea), Milene Abla Scala, ressaltou essas mudanças durante sua participação no Seminário Real Estate.
Durante a pandemia, diversos comportamentos ganharam destaque e tiveram impacto significativo em setores variados. Um exemplo é o aumento das compras online e o surgimento de aplicativos de entrega de alimentos, impulsionando a consolidação das dark kitchens, cozinhas especializadas em preparar refeições exclusivamente para entrega.
Esse fenômeno levou à criação de regulamentações específicas, como ocorreu em São Paulo, para a implantação dessas cozinhas. A mudança nos hábitos de consumo, influenciada pela combinação de diferentes gerações, avanços tecnológicos e a crise sanitária, tem sido uma força motriz.
Além disso, uma tendência no mercado imobiliário tem sido a preferência pelo aluguel residencial em detrimento da compra de moradias, que têm se tornado mais dispendiosas. O desejo por localizações centrais, facilitando a mobilidade, é uma aspiração comum, embora esses lugares frequentemente tenham preços elevados.
Como resultado, apartamentos menores têm ganhado popularidade, permitindo aos clientes morar em áreas desejadas sem comprometer excessivamente seus orçamentos. O cenário está em constante evolução, moldado pela intersecção de mudanças geracionais, avanços tecnológicos e demandas do mercado.
O aluguel se torna uma alternativa, em Londres, representavam 40% das moradias nos anos 2000 e devem chegar a 65% até 2025. Em Nova York, estão passando de 60%, apontou Bernardes. Já em São Paulo, o aluguel é cerca de 21% do mercado.
Quer continuar atualizado sobre o mercado imobiliário? Então se inscreva na nossa Newsletter. Todas as terças e sextas, às 7:15, nós enviamos no seu e-mail as principais notícias do mercado Imobiliário. Vejo você lá!
Informações retiradas de Estadão