O self storage, um modelo de negócio em expansão nas grandes cidades brasileiras, oferece espaços para aluguel que variam de pequenos cubículos a salas maiores, permitindo o armazenamento de uma variedade de itens, desde móveis até documentos e estoques de produtos. Recentemente, esses locais também têm sido utilizados como espaços de trabalho para funcionários de empresas que alugam os espaços, criando uma tendência conhecida como “dark offices”.
Empresas que operam nesse setor frequentemente oferecem facilidades como acesso Wi-Fi, segurança digital, sistemas de câmeras, elevadores de carga, empilhadeiras e carrinhos, tornando-os adequados para atividades de armazenamento e logística. Essa evolução no uso dos espaços de self storage reflete as mudanças nas necessidades de negócios e na forma como as empresas estão adaptando-se ao comércio online e à demanda por flexibilidade nos espaços de trabalho.
Especialistas em direito do trabalho expressam críticas ao uso de ambientes de self storage para fins de escritório, argumentando que esses espaços foram originalmente projetados para o armazenamento.
Empresas do setor apoiam uso como escritório
A Good Storage, uma das principais empresas de self storage do Brasil, destaca a viabilidade de utilizar seus espaços de armazenamento como escritórios. Com mais de 20 unidades em São Paulo, a empresa ressalta que alugar um box oferece um excelente custo-benefício para aqueles que desejam um local privativo e tranquilo para receber clientes ou trabalhar.
Entre as vantagens mencionadas estão o acesso gratuito ao wi-fi, vagas para visitantes, segurança e localização em endereços privilegiados na cidade de São Paulo. Algumas unidades também oferecem áreas comuns com mesas de trabalho e café de cortesia. Além disso, a Good Storage está expandindo sua oferta para incluir espaços empresariais, como galpões que podem ser usados para armazenamento e centros de distribuição.
A empresa Guarde Aqui, que possui 25 unidades em vários estados, também apoia o uso de seus boxes como ambientes de trabalho, oferecendo estações de trabalho com computadores, acesso à internet e áreas para refeições. Essa tendência de utilizar espaços de self storage como escritórios demonstra a versatilidade desses locais, atendendo às necessidades de profissionais e empresas que buscam soluções flexíveis e econômicas para suas atividades comerciais e de trabalho.
“Há alguns anos, a grande maioria do nosso público era pessoa física. Hoje, pessoas jurídicas já representam 40% da nossa base de clientes”, afirma Mariane Wiederkehr, CEO (diretora executiva) do Guarde Aqui.
O relatório da Associação Brasileira de Self Storage (Asbrass) referente ao primeiro trimestre deste ano revelou que o preço médio por metro quadrado de espaços de armazenamento em storages no Brasil é de R$ 112. Em comparação, a locação de um imóvel comercial convencional tem uma média de R$ 41,51 por metro quadrado, de acordo com o Índice FipeZAP+ de julho.
O presidente da Asbrass, Rafael Cohen, destaca que ao escolher entre alugar um espaço de self storage e um espaço comercial tradicional, é importante considerar diversos fatores. No aluguel de espaços comerciais tradicionais, há despesas extras como condomínio, segurança, seguro, fiador e contratos de longo prazo. Em contraste, o self storage inclui todas essas despesas em uma única taxa.
Embora o custo por metro quadrado possa ser maior no self storage devido ao tamanho dos espaços, empresas que precisam de áreas maiores podem obter preços mais acessíveis. Essa média de preços é uma representação geral para o Brasil, onde predominam espaços de armazenamento menores. Portanto, a escolha entre essas opções deve levar em consideração não apenas o custo por metro quadrado, mas também todas as despesas e requisitos envolvidos.
Setor em expansão
Segundo o relatório da Asbrass referente ao primeiro trimestre de 2023, o setor de self storage no Brasil continua a sua expansão, registrando crescimento trimestral desde o início de 2022 em três principais áreas: número de boxes disponíveis, operações (unidades, como prédios contendo boxes) e o surgimento de novas empresas no setor.
No comparativo entre o primeiro trimestre de 2022 e o mesmo período de 2023, destaca-se uma redução de 3,4% na taxa de vacância, diminuindo de 17,5% para 16,9%. Isso demonstra uma crescente demanda por serviços de self storage no país.
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Informações retiradas de Mariana Alvim à BBC News