Quais são as oportunidades e riscos de investimentos no mercado imobiliário em 2023? Com a Selic a 13,75%, os investimentos em renda fixa ficam mais atraentes. Contudo, o efeito contrário pode ocorrer no mercado de imóveis.
“Com o aumento da inflação, o imóvel se torna mais caro, a prestação se torna mais cara, e temos financiamentos que são atrelados à inflação, os bancos cobravam uma taxa de financiamento por volta de 7%, agora cobram cerca de 10%, e isso tem encarecido muito o custo do imóvel.” , diz Léo Rosenbaum, sócio-diretor da Rosenbaum Advogados.
Outros aspectos do momento econômico atual dificultam o acesso ao crédito. “Os bancos estão mais seletivos dado o momento de inadimplência, o risco fiscal e a instabilidade política não só do Brasil, mas do mundo”, afirma o planejador financeiro Luciano Wajchenberg.
Por outro lado, aqueles que já têm imóveis nem sempre conseguem repassar a alta dos juros ao locatário.
“Há uma capacidade de pagamento limitada, então não necessariamente a alta na taxa de juros faz com que você consiga aumentar o aluguel. Já deixar o dinheiro investido no banco dará uma rentabilidade muito boa”, diz Wajchenberg.
Tal rentabilidade é complementada pela maior liquidez de investimentos em renda fixa, que pode ser um fator atraente em meio à incerteza econômica. “Apesar de o imóvel ser segurança de pedra, quando você tem o dinheiro na sua conta, pode resgatá-lo a qualquer momento”, afirma Rosenbaum.
Wajchenberg aconselha comprar de proprietários que necessitem urgentemente de dinheiro ou aproveitar oportunidades em leilões, com a assessoria de profissionais da área.
Porém, tais alternativas podem não ser adequadas a quem tem pressa por rentabilidade: “As operações são complexas e exigem uma análise jurídica prévia e criteriosa.”
A assessoria de advogados especialistas também é recomendada por Ricardo Humberto Rocha, professor de finanças do Insper. Ele afirma que os riscos jurídicos de leilões são maiores do que de outros tipos de investimento.
“Há vários casos em que a pessoa paga relativamente barato, mas depois aparecem mais indivíduos se dizendo donos. O devedor também pode entrar com ação para anular leilão, ou então haver necessidade de entrar com ação porque o devedor não quer sair do imóvel”, diz Rocha.
O professor aponta que há certos perfis de imóveis que costumam ter bons desempenhos quando alugados. “A grande oportunidade para pessoas que têm até R$ 500 mil ou R$ 1 milhão e querem gerar renda de aluguel é comprar imóveis de um a dois dormitórios, sempre no eixo de transporte, onde há linhas preferenciais de metrô ou ônibus chegando rápido”.
O FII (Fundo de Investimento Imobiliário) também é uma opção de investimento. “É uma forma de aquisição indireta. Por meio da aquisição das cotas, o comprador usufrui dos rendimentos decorrentes do imóvel”, diz a advogada Fernanda Amaral, com atuação no segmento imobiliário e no mercado de capitais.
A especialista indica que há vantagens neste tipo de investimento, como a possibilidade de isenção de imposto de renda sobre os rendimentos, a gestão profissional dos imóveis e a possibilidade de vender as cotas do fundo de forma fracionada, apenas para atender às necessidades do investidor.
Fernanda também aponta para um risco menor de vacância caso o FII tenha mais de um imóvel. “É diferente do imóvel próprio que, se desocupado pelo inquilino, onerará o proprietário com os encargos como condomínio, despesas de utilização e impostos“.
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Informações retiradas do Folha