No último Domingo (1) os brasileiros foram as urnas para eleger diversos candidatos aos cargos executivos e legislativos do país, dentre eles o de maior destaque que é a Presidência da Republica. O resultado foi de 48% para o ex-presidente Lula (PT) e 43% para o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), o que configura um segundo turno que será realizado no último domingo deste mês.
Com esses dois possíveis cenários, sempre surge a dúvida: o resultado das eleições vão afetar o mercado imobiliário? A resposta curta é: não!
Mercado imobiliário é sólido e estável
De acordo com Arsênio de Almeida Neto, CEO da GT Building, uma das principais incorporadoras imobiliárias do Paraná, a solidez das instituições e o bom momento trazem tranquilidade para o setor.
Basta analisar o comportamento atual do mercado, mesmo com um INCC acumulado de 8,91% e da Selic em 13,75% encarecendo o crédito imobiliário. O mercado tem se mantido estável e em curva de crescimento. Além disso, Almeida Neto lembra que os lançamentos deste ano foram planejados ainda no governo Temer e, desde então, além da pandemia, o mercado imobiliário enfrentou diversas situações políticas problemáticas. Entretanto, nada conseguiu realmente impactar de forma negativa o setor
“O ciclo imobiliário que compreende desde o momento da escolha do terreno, da criação do projeto até sua execução é de aproximadamente cinco anos, e este é um país onde nesse tempo você pode ter duas ou três crises para lidar. Estamos acostumados. Um exemplo é a própria pandemia, que se mostrou problemática por pouquíssimos meses e logo passou a ter o efeito contrário: o isolamento das pessoas colocou uma luz muito grande sobre a necessidade de bem-estar da casa, da residência. Isso foi muito benéfico para o mercado imobiliário. E agora, mesmo após a pandemia essa perspectiva se mantém” explica.
Além de Almeida Neto, todo mercado imobiliário tem sido unanime em garantir que nenhum governo, seja ele de esquerda, centro ou direita, deseja criar problemas para um setor como o imobiliário, que gera tantos empregos e é tão importante para o PIB do País.
CEO’s das três principais incorporadoras da B3 veem dificuldades mas estão “cautelosamente” otimistas
Quem também compartilhou suas expectativas para o setor, foram os presidentes da Direcional, Even e Moura Dubeux.
De acordo com Ricardo Ribeiro Gontijo, da Direcional, os ajustes realizados no programa Casa Verde e Amarela foram importantes para melhorar o quadro, especialmente para as incorporadoras voltadas ao público de baixa renda.
“Os ajustes do foram feitos de forma extremamente inteligente. Sem incremento de subsídio, foi possível recuperar a capacidade de compra de muitas famílias do programa”, afirmou Gontijo.
Para Leandro Melnick, da Even, o setor vem sim enfrentando alguns obstáculos para incorporar a inflação sobre os insumos construtivos no preço dos empreendimentos. O executivo, que também é presidente do conselho de administração da incorporadora gaúcha Melnick (MELK3), explica que o empobrecimento da população é outra pedra no sapato do setor. Embora existam todos esses percalços, ele se diz otimista e espera que a relação entre custo e valor dos imóveis, melhore no próximo ano.
Diego Villar, da Moura Dubeux acompanhou Melnick e também confirmou que sentiu dificuldade no repasse de custos para o consumidor. Mas encontrou na “segunda residência”, um nicho promissor para driblar os desafios macroeconômicos.
Quais são as expectativas para 2023?
A pesquisa realizada pela Brain em parceria com a ABRAINC, coletou a opinião de 356 empresários do setor imobiliário, com o objetivo central de analisar suas percepções sobre o desempenho do setor. Segundo o levantamento, 62% dos empresários do setor acreditam que o mercado imobiliário em 2023 estará melhor. Além disso, 55% disseram que as vendas de 2022 estiveram de acordo ou acima das metas previstas no início do ano.
“A maioria das pessoas previa um cenário desfavorável, sobretudo pela alta dos juros, mas não é o que temos visto. Os resultados do ano têm sido positivos e os empresários mostram-se bastante otimistas para 2023”, disse Fábio Tadeu Araújo, CEO da Brain Inteligência Estratégica.
Outro levantamento, buscou ouvir os consumidores a respeito da intenção de compra de imóveis. Foram ouvidos 850 entrevistados de todas as regiões do país. 85% dos consumidores que adquiriram imóveis nos últimos 12 meses, compraram unidades residenciais (69% para moradia e 16% para segunda residência ou imóvel de lazer).
De acordo com o presidente da Abrainc, Luiz França, “o setor imobiliário é um grande motor para o crescimento do país e para geração de empregos. (…) O Brasil hoje se destaca com relação aos outros países do mundo. Nós pudemos ter uma política de aumentar a taxa de juros antes dos próximos países, ou seja, nós estamos com uma inflação controlada comparado com outros países do mundo”.
Fontes: Jornal Floripa, Seu Dinheiro e CNN