Nos últimos 10 anos, os fundos imobiliários (FIIs) multiplicaram por seis o seu total sob gestão, atingindo mais de R$300 bilhões. Inicialmente populares entre os investidores de varejo, os FIIs agora atraem cada vez mais investidores sofisticados.
Tradicionalmente, o investimento em imóveis sempre esteve presente nas carteiras dos investidores como um ativo de valorização de longo prazo que gera rendimentos de aluguéis. No entanto, as grandes fortunas e fundos de pensão costumavam preferir possuir os ativos reais em vez de cotas de fundos. Esse cenário está mudando.
“Atualmente, entre as pessoas de grande patrimônio que gostam de investir em imóveis, há uma discussão sobre a gestão de imóveis pelos herdeiros, que consideram essa tarefa trabalhosa e custosa. Sem uma gestão próxima, há grandes chances de perda. Portanto, uma gestão profissionalizada por meio de fundos é a solução”, afirma Carlos Martins, sócio e gestor da Kinea Investimentos, ao Wealth Point, do NeoFeed.
Os fundos de pensão também estão percebendo que gerenciar ativos imobiliários demanda muito tempo e trabalho em equipe. Assim, acompanhar uma carteira de bons gestores pode ser mais eficiente. Esses investidores de longo prazo, focados na valorização dos ativos e não apenas nos aluguéis, veem um grande potencial de crescimento no mercado brasileiro.
“Nos Estados Unidos, os fundos de pensão são grandes investidores e oferecem grande estabilidade ao mercado. Aqui no Brasil, temos cerca de US$ 50 bilhões investidos, enquanto nos EUA esse número chega a US$ 1,5 trilhão, mostrando que ainda temos muito a crescer”, explica Rodrigo Abudd, sócio-fundador da VBI Real Estate.
As recentes mudanças no mercado imobiliário destacaram a importância de uma gestão profissional. O pós-pandemia ressignificou o uso de escritórios corporativos, com o regime de trabalho híbrido. Ainda assim, o segmento permanece otimista, acreditando que a demanda por m² está se estabilizando e que no Brasil o trabalho presencial ainda é preferido por muitos empresários.
Essa tendência também favorece o retorno de clientes aos shoppings, um segmento que se recuperou rapidamente da crise pandêmica.
No entanto, o grande vencedor deste novo momento do mercado é o setor de logística. A demanda por entregas rápidas no e-commerce exige galpões logísticos mais tecnológicos e eficientes. Com o aumento dos custos de construção, comprar espaços já prontos tornou-se mais atrativo, valorizando os ativos.
“Anteriormente, os galpões eram meros entrepostos. Agora, os inquilinos investem em automação, e a demanda por bons galpões mudou o jogo”, diz Abbud.
Para os próximos anos, espera-se que o desenvolvimento do mercado imobiliário continue, com novas classes de ativos emergindo. “Estamos apenas no começo da história dessa classe de ativos, que já conquistou muitos brasileiros, mas ainda tem muito a se desenvolver, atraindo novos perfis de investidores”, conclui Martins.
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Informações retiradas de Patricia Valle à Neofeed