De acordo com um novo relatório da Fitch Ratings, a América Latina enfrentará preços elevados de moradias por mais algum tempo, mesmo em um cenário de inflação decrescente e aumento do acesso ao crédito. A empresa destaca que o preço dos imóveis no Brasil, Colômbia e México pode resultar em uma leve queda nas taxas de financiamento nos próximos dois anos, devido a desaceleração da inflação, embora o crescimento geral dos preços das casas continue limitando a acessibilidade.
A situação também impactará consumidores na América do Norte. A escassez de estoque pode influenciar os preços das casas em ambas as regiões no próximo ano, mas a demanda pode ser mitigada pelo persistente alto nível das taxas hipotecárias. A agência americana de classificação de crédito espera aumentos nos preços dos imóveis no Brasil, o México e a Colômbia.
Comprar imóveis será mais caro em 2024
Na América Latina, o Brasil, como maior economia regional, projeta um aumento de 5,5% nos preços das moradias em 2023, seguido por um ajuste estimado entre 4% e 6% em 2024. No México, a previsão indica uma desaceleração no crescimento dos preços de moradias, passando de 9,3% em 2023 para uma faixa de 6% a 8% em 2024. Já na Colômbia, espera-se um crescimento mais moderado, situando-se entre 5% e 7% em 2024, uma desaceleração notável em relação aos 12% registrados em 2023.
A agência alerta para os riscos de queda nas previsões do setor imobiliário, destacando a possibilidade de uma contração econômica mais acentuada e um aumento do desemprego. Nos Estados Unidos, prevê-se um aumento nominal nos preços dos imóveis de zero a 3% em 2024, marcando o menor crescimento anual desde 2019. No Canadá, a demanda contínua por moradias impulsionará aumentos de 3% a 5% em 2024, uma desaceleração em relação aos 7% registrados em 2023.
Inadimplência na América Latina
A agência de classificação de risco Fitch projetou as taxas de inadimplência de hipotecas em alguns países latino-americanos para o próximo ano. No Brasil, a expectativa é que fique entre 1,75% e 2,25%, no México entre 2,5% e 3,5%, e na Colômbia entre 2% e 4%, níveis compatíveis com os de 2023. A Fitch atribui essas projeções a um “ambiente macroeconômico ligeiramente melhor e desemprego estável”. Além disso, a agência destaca que as compras conservadoras e as características dos financiamentos, como planos de parcelas fixas ou decrescentes, também contribuem para a estabilidade da inadimplência.
Em 2023, a inadimplência de hipotecas nos Estados Unidos registrou um aumento estimado de 1,4%, sendo previsto um possível aumento para 2% a 2,2% em 2024. Esse cenário é atribuído à deterioração das condições econômicas e ao crescimento do desemprego.
Paralelamente, os desafios relacionados à aquisição de moradias também são evidentes na América Latina, onde um déficit habitacional quantitativo afeta mais de 23 milhões de latino-americanos. Além disso, o déficit habitacional qualitativo impacta mais de 46 milhões de pessoas na região, conforme dados do Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF).
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Informações retiradas de Daniel Salazar Castellanos à Bloomberg Línea