No Centro de Porto Alegre, a paisagem urbana está sendo transformada por placas de “Aluga-se”, evidenciando o impacto econômico da pandemia. A vacância de imóveis comerciais na região aumentou em 45% desde março de 2020, chegando a 1.607 imóveis em setembro de 2023, de acordo com dados do Sistema Secovi-RS. Enquanto isso, os preços dos aluguéis caíram 5%, o dobro da média dos demais bairros da cidade.
Essa situação resultou em proprietários sendo forçados a reduzir os valores de aluguel, com alguns imóveis que anteriormente custavam R$ 1.000 agora sendo oferecidos por R$800, representando um desconto de 20%. Isso reflete a lei básica da oferta e da procura no mercado imobiliário.
Empresários, como Wagner Amorim, dono da rede de bazares Casas Maria, reconhecem que o custo do aluguel é um desafio significativo para o setor varejista, especialmente em um momento pós-pandemia com níveis de movimento reduzidos. Portanto, estão analisando cuidadosamente essa despesa em seus orçamentos.
Atualmente, existem seis filiais de lojas na região, mas um levantamento interno está sendo realizado para avaliar a redução pela metade dessa presença. A preocupação é que as três unidades restantes sejam capazes de manter a qualidade no atendimento.
Entre as principais causas dessa transformação, destacam-se a crescente preferência do público pelas compras online, o fechamento temporário de lojas devido às medidas de prevenção da COVID-19 e fatores econômicos como a inflação dos últimos dois anos. Lucineli Martins, economista-chefe do Secovi-RS, enfatiza que o DNA comercial do Centro de Porto Alegre permanecerá, mas terá que se adaptar a novos modelos de negócios à medida que os anos avançam.
A boa notícia
A boa notícia no mercado imobiliário é a queda nos preços, com imóveis apresentando até 20% de desvalorização nas intenções de aluguel, segundo Ricardo Leite, gerente da Agência Corporate da Auxiliadora Predial. Embora tenha havido um aumento de 40% nos volumes de novos contratos na imobiliária, os valores diminuíram. Esse cenário se repete na aquisição de imóveis, seguindo a lei da oferta e da procura – compra-se na baixa e vende-se na alta. Grupos de investidores estão se formando para adquirir prédios inteiros, com um exemplo recente na Rua Uruguai. No entanto, é importante considerar a necessidade de reformas e manutenção.
Ricardo Leite também destaca a falta de infraestrutura no Centro, onde há uma tendência crescente de transformação de salas comerciais em espaços residenciais. Ele menciona a escassez de escolas e postos de saúde em comparação com outros bairros como um desafio a ser enfrentado nesse processo de transformação.
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Informações retiradas de Rafael Vigna à GZH