Embora a expectativa para esse ano seja de estabilidade no mercado imobiliário, houve uma desaceleração no número de vendas de imóveis residenciais.
As vendas no último trimestre sofreram uma queda de 5,5% em comparação com 2021, de acordo com a pesquisa realizada pela Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) juntamente com outras entidades.
No entanto, a demanda continua elevada. O motivo da desaceleração é o preço dos imóveis, influenciados pelos custos da construção que estão acima da inflação.
Como medida para alavancar as vendas, as construtoras e incorporadoras estão apostando em novas estratégias, tais como cashback, pagamento com criptomoedas e aluguel antes da compra.
Um dos exemplos é a Egen em parceria com a startup aMora. O cliente escolhe o imóvel que deseja, a startup faz a aquisição e o aluga por 36 meses. Parte do valor pago mensalmente à aMora servirá como uma poupança para o consumidor na futura compra do imóvel.
Outro atrativo da Even é o pagamento por criptomoedas. Em parceria com a Mercado Bitcoin, a empresa aceita dois tipos de criptoativo.
A Vitacon também entrou na tokenização e segue outro conceito cada vez mais popular, o cashback.
Proprietários de alguns dos imóveis da construtora recebem uma carteira digital na Exchange, da Insignia, onde mensalmente é depositado um valor referente à parte das vendas do minimercado que fica no empreendimento. Esse cashback servirá para o abatimento parcial ou integral da taxa de condomínio.
Até mesmo a plataforma Apê11 entrou na onda e tomaram como estratégia aceitar imóveis usados como parte do pagamento para novos imóveis.
“Há segurança jurídica para esse tipo de negócio. É uma alternativa para quem tem pressa“, diz Leonardo Azevedo, CEO da Apê11.
Fazemos um laudo com auditoria independente e o comprador escolhe se quer dar como crédito para a entrada no financiamento. Se comprar outro imóvel dentro de seis meses, ele tem ainda o benefício tributário, afirma.
Para Azevedo, dar a casa como parte do pagamento na compra de uma nova pode se tornar tão comum quanto dar o carro na entrada do financiamento de outro.
A Lello aderiu novamente ao cashback de R$10 mil até o dia 31 de agosto para aqueles que comprarem imóveis na capital paulista ou no Grande ABC.
A Resale também aderiu à moda da comercialização com cashback. A empresa permite que o consumidor tenha até R$136 mil de volta ao comprar um imóvel pelo site da proptech.
Hoje, segundo a Resale, são 145 imóveis participando desse modelo de negócio, com ativos estimados entre R$7,3 mil e R$7,2 milhões.
O principal público é o investidor. Outros 30% são os compradores em busca da segunda propriedade. O modelo deixa os imóveis cada vez mais atrativos, afirma Marcelo Prata, da Resale.
Fonte: Folha de São Paulo