A busca por imóveis no interior cresceu 20% durante a pandemia. A procura por casas distantes dos grandes centros é uma realidade impulsionada por diversos fatores, incluindo o home office.
A restrição de acesso a locais públicos e a preocupação em dividir espaços – como ônibus e metrô – manteve muitas pessoas em casa e fez centenas de empresas manterem o trabalho remoto como uma opção permanente.
Trabalhando de casa e tendo o lar como primeira opção para os fins de semana, os cômodos estão ganhando um novo significado na vida de quem antes passava poucas horas dentro de casa.
Mas para isso, alguns requisitos e características estão tomando lugar de outros que, neste cenário, perderam a importância: o espaço torna-se mais valioso que a localização na capital; as linhas de metrô na porta de casa dão lugar às linhas de internet de alta velocidade; entre outras coisas.
Mas será que as cidades no interior, a mais de 100 quilômetros da capital, estavam preparadas para essa demanda?
As necessidades dos moradores estão sendo atendidas de várias formas, com adaptações e reformulações que visam atender a essa nova necessidade. E os corretores devem estar atentos a elas!
Uso inteligente de espaços
Agora, as pessoas querem trocar os pequenos apartamentos com localização privilegiada por imóveis com mais espaço. Além de cômodos capazes de receber o trabalho remoto, as áreas compartilhadas em condomínios também estão sendo repensadas.
Num cenário de distanciamento social como medida de segurança e sem previsão para acabar, áreas comuns como playground e piscinas perdem um pouco o sentido e também precisam ser reformuladas.
Outra transformação que está ocorrendo está nas portarias, que ganharam cabines, vidro de proteção e repartições que possibilitam receber delivery com o mínimo de contato com o entregador.
Salões de festa também representam outra mudança. Em caso de espaço limitado, a área se torna a primeira alternativa para receber um espaço equipado para o trabalho remoto – que nós vemos a seguir.
Coworking no condomínio
Não sabemos por quanto tempo o trabalho remoto vai ficar, mas ele já é uma realidade na vida de milhares de pessoas.
Dessa forma, não foram poucos os empreendimentos que passaram a incluir coworking para moradores em suas plantas.
São espaços equipados com mesas, cadeiras, internet de alta velocidade, iluminação adequada para escritório, distanciamento entre postos de trabalho, etc.
Assim como num coworking, os custos de manutenção são divididos entre os moradores.
Uma mudança que tem sido vista como um benefício que gera mais satisfação para os moradores que antes pagavam pela manutenção de áreas externas sem ao menos utilizá-las.
A demanda é necessária mesmo nos casos em que as pessoas consideram reservar um cômodo dentro de casa para atender essa necessidade.
Tecnologia 5G
Uma demanda que é pouco falada, mas que faz toda diferença para os moradores que estão em busca de um imóvel ideal para receber o home office.
A internet de alta velocidade faz parte de uma demanda básica para que o trabalho remoto funcione.
Enquanto nos escritórios dos grandes centros isso é considerado uma questão superada, nas cidades do interior trata-se de um diferencial a ser explorado.
Nem toda cidade e nem todos os bairros dispõe de fibra óptica, o que confere uma vantagem aos novos loteamentos, imóveis e empreendimentos que consideram este detalhe no projeto.
Mobilidade
Entre tantos motivos que tem levado às pessoas para as cidades do interior estão alguns aspectos de mobilidade.
Em primeiro lugar está a fuga das horas gastas no transporte público para chegar ao trabalho ou as horas de congestionamento para ir de um bairro ao outro da capital.
Dessa forma, as vantagens de viver nas cidades do interior são vistas de duas maneiras:
- Primeiro, moradores podem utilizar o mesmo tempo gasto em congestionamentos para se deslocar de uma cidade a outra utilizando vias que facilitam o percurso.
- Em segundo lugar, com o home office sendo uma opção permanente, a necessidade de ir até a sede das empresas foi reduzida a eventos e reuniões, tornando a possibilidade de viver distante do local de trabalho muito mais atrativa.
Nesse sentido, os imóveis e empreendimentos localizados em regiões próximas a vias que facilitam o deslocamento até capital, somado a proximidade com pontos básicos como supermercado, farmácia, panificadora e escola complementam os atrativos para essa migração.
Corretores devem facilitar a migração para o interior
O crescimento na busca por imóveis no interior está ocorrendo há meses. Mas o volume de famílias que desejam essa mudança não torna o processo mais fácil.
Sem conhecer detalhadamente as cidades para onde pretendem se mudar, os moradores contam com profissionais bem preparados para indicar soluções de moradia que além de suprir as demandas que atendem a esse perfil, também sejam adequadas para a família.
Além dos aspectos básicos de estrutura, neste momento de transformação corretores também tem, mais do que nunca, o dever de avaliar outros aspectos que indicam se um imóvel é ou não adequado para aquela família:
nível de desenvolvimento da cidade, infraestrutura avançada nos novos empreendimentos, cultura local, custo de vida médio, entre outras coisas que vão influenciar na rotina de quem está se mudando.