Nos últimos oito anos, o Nordeste enfrentou uma queda significativa de 31% na contratação de unidades habitacionais, afetando a disponibilidade de moradias populares na região. Esse declínio representa uma redução de 127 mil residências contratadas em 2015 para 87 mil em 2022. Em Pernambuco, o setor imobiliário atribui esse problema ao esgotamento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que é a única fonte de recursos para financiamentos do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
Além disso, há um acúmulo de obras paradas, terrenos e prédios abandonados ou subutilizados em várias localidades da região. O presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE), Rafael Tenório Simões, destaca a necessidade de buscar alternativas de crédito para garantir a continuidade dos projetos habitacionais. Atualmente, o orçamento do programa para o estado é de R$2,3 bilhões por ano, mas historicamente, apenas 70% desse montante é executado, resultando em perda de recursos.
Segundo dados da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh-PE), o déficit habitacional em Pernambuco é de 326 mil unidades. O investimento previsto na construção civil, em parceria com o programa Minha Casa, Minha Vida, é de mais de R$ 4 bilhões por ano, estimulando a criação de mais de 72 mil empregos diretos e indiretos. Além disso, o governo está colaborando com construtoras privadas para adaptar projetos de moradias de acordo com a faixa de renda e o valor do imóvel, especialmente em cidades como Jaboatão dos Guararapes, Paulista e Camaragibe.
Programa Morar Bem
No âmbito do programa Morar Bem, foi anunciada a modalidade “Entrada Garantida”, que oferece um subsídio de R$20 mil para famílias com renda de até dois salários mínimos adquirirem imóveis novos de até R$190 mil. Esse programa receberá um financiamento de R$ 200 milhões anuais do Fundo Estadual de Habitação de Interesse Social (Fehis) e tem como objetivo atender até dez mil famílias por ano. O convênio já foi assinado com a Caixa Econômica, e em breve empreendedores e beneficiários poderão usar um simulador online para calcular e assinar contratos. A expectativa é que cerca de 100 imóveis sejam entregues até o final do ano.
No Recife, o Gabinete do Centro está realizando um levantamento de imóveis na região, incluindo seu estado de ocupação. Até o momento, foram catalogadas 417 edificações no Bairro do Recife, com diferentes destinações, incluindo imóveis em uso, em obras, fechados, de propriedade do Porto e terrenos. Essa iniciativa visa atrair novos investimentos para ocupar imóveis ociosos e impulsionar as operações existentes. O aumento do movimento de pessoas resultará em mais empregos, renda e impulsionará a economia local, gerando demanda por serviços como padarias, mercados, restaurantes, farmácias, entre outros.
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Informações retiradas de Marcílio Albuquerque à Diário de Pernambuco