O programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) implementou novas regras que visam facilitar o acesso à casa própria e beneficiar construtoras especializadas em imóveis econômicos. As mudanças incluem a redução dos juros das parcelas, o aumento do subsídio e o aumento dos limites de renda e financiamento.
O limite máximo para o financiamento de famílias que se qualificam para o programa foi aumentado. O valor máximo dos imóveis nas faixas 1 e 2 varia entre R$190 mil e R$264 mil, dependendo da região do país. Já as famílias pertencentes à Faixa 3 do programa, com renda entre R$4.400,01 e R$8 mil, tiveram seu limite ampliado. O valor máximo do imóvel passou de R$264 mil para R$350 mil.
A expectativa é que essas alterações incentivem a construção de mais habitações de baixo custo e impulsionem o mercado imobiliário voltado para esse segmento.
De acordo com Marcelo Volker, fundador da consultoria imobiliária VMV Real Estate Consulting, muitos projetos que haviam sido cancelados ou adiados estão sendo reconsiderados. A elevação dos juros e o aumento dos preços dos insumos de construção, combinados com a diminuição do poder de consumo da população, tornaram o segmento de imóveis baratos menos lucrativo para as empresas.
No entanto, o MCMV permite que apartamentos e casas mais caras sejam enquadrados no programa novamente. Segundo Volker, o conceito de classe média foi redefinido, com a renda que antes definia essa classe agora sendo considerada classe média baixa. Nos últimos anos, empreendimentos econômicos de até R$99 mil eram comuns, mas atualmente esse preço se tornou praticamente inviável devido ao aumento geral dos preços. Um produto com a mesma qualidade custa cerca de R$300 mil.
De acordo com Volker, o subsídio oferecido pelo governo permitirá que o comprador arque com boa parte do empreendimento. “O valor definido para complementação da compra do imóvel via MCMV aumentou de R$ 47,5 mil para R$ 55 mil, seguindo fatores populacionais, sociais e de renda. O plano entrega produtos melhores para a população e lucratividade para o setor.”
Diversidade geográfica
De acordo com a visão de Volker, o programa em questão visa impulsionar a oferta de empreendimentos em regiões que não eram consideradas atrativas pelas construtoras. Anteriormente, lançar produtos nessas áreas com baixa renda demográfica era arriscado, pois poderia resultar em prejuízo. No entanto, agora é possível colocar esses produtos no mercado, aproveitando os subsídios do governo e as taxas de juros mais baixas do que a inflação.
No entanto, é importante notar que esse processo levará algum tempo, pois o ciclo de construção é longo. Acredita-se que levará cerca de dois anos para que as construtoras voltem a operar nessas localidades, adquiram terrenos, desenvolvam empreendimentos e os concretizem. Somente então será possível perceber os efeitos dessas mudanças.
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Informações retiradas de Breno Damascena à Estadão