O segundo trimestre de 2024 foi marcado por recordes no mercado imobiliário, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). As vendas de imóveis residenciais cresceram 17,9% entre abril e junho deste ano, em comparação com o mesmo período de 2023.
Esse aumento, detalhado na pesquisa Indicadores Imobiliários Nacionais do 2º Trimestre de 2024, representa o maior valor da série histórica, iniciada em 2016. No total, foram vendidas 93.743 unidades durante o período. A pesquisa foi realizada pela consultoria Brain, abrangendo dados de 221 cidades.
O destaque foi o programa habitacional Minha Casa Minha Vida (MCMV), que registrou um aumento de 46% nas vendas em 12 meses. A participação do MCMV no total de vendas também cresceu, passando de 34% no ano passado para 42% em 2024.
“O que a gente percebe é que o mercado está em uma fase de crescimento. Em se mantendo as condições atuais de disponibilidade de recursos, taxa Selic, inflação controlada e emprego em alta, o mercado tende a aproveitar o bom ambiente de negócio. A expectativa é fechar o ano com crescimento”, afirmou Renato Correia, presidente da CBIC, durante uma coletiva nesta segunda-feira, 19.
Fábio Tadeu, CEO da Brain, ressaltou que o aumento dos preços tem sido um ponto positivo para o mercado imobiliário. “Mesmo o MCMV, que liderou o crescimento em unidades, está se posicionando cada vez mais em tickets mais rentáveis para o incorporador. Os ajustes em preço e financiamento têm permitido uma recolocação melhor de posicionamento de valor para o programa.”
A reformulação do MCMV ampliou o subsídio para a aquisição de imóveis e reduziu os juros de financiamento para famílias com renda mensal de até R$ 2 mil. Além disso, aumentou as faixas de renda e o valor máximo do imóvel que pode ser adquirido na faixa mais alta. Desde julho do ano passado, a Caixa passou a financiar imóveis de até R$ 350 mil, em vez dos R$ 264 mil anteriores.
Com R$ 53 bilhões, o valor geral de vendas (VGV) no trimestre foi 20,2% maior do que o registrado no mesmo período do ano anterior, que foi de R$ 44 bilhões.
Crescimento no número de lançamentos de imóveis
O número de lançamentos de novos imóveis cresceu 7% em comparação anual, passando de 78.431 para 83.930 unidades. No entanto, o valor geral de lançamentos (VGL) teve uma leve queda de 2,1%, totalizando R$ 47 bilhões.
No programa MCMV, o número de lançamentos teve um aumento expressivo de 86,7% no 2º trimestre de 2024 em relação ao ano anterior, com 44.764 novos imóveis introduzidos no mercado. A participação do MCMV no volume de lançamentos também aumentou, passando de 31% para 53%.
O estoque geral de imóveis, que representa a diferença entre a quantidade total de imóveis lançados e vendidos, caiu 11,5%, chegando a 274.303 unidades. O tempo necessário para vender todas as unidades disponíveis, caso não houvesse novos lançamentos, diminuiu de 11,7 meses para 9,3 meses na comparação anual.
“As vendas cresceram mais que os lançamentos, então a oferta final [estoques] caiu para um patamar preocupante”, alertou Celso Petrucci, conselheiro da CBIC. Apesar da preocupação, ele também apontou que esse descompasso indica a “saúde” do mercado imobiliário, que tem conseguido entregar produtos com alta demanda.
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Informações retiradas de Exame