A alta da inflação e os subida da taxa de básica de juros (Selic), trouxeram um cenário de preocupação sobre o futuro do mercado imobiliário. O setor vem se destacando no processo de recuperação da econômica pós-pandemia, sendo responsável pela geração de 310 mil empregos formais nos últimos 12 meses.
Mas ao observar o novo cenário, com aumento de juros e inflação, em paralelo a um notável aumento nos custos de construção (guiado pelo INCC), muitos investidores começaram a por em xeque a continuidade desse bom desempenho. Porém, quando é feita uma analise mais profunda, as nuvens começam a se dissipar e o cenário se mostra um pouco mais otimista para 2022.
Examinando a saúde do mercado imobiliário
O funding (crédito para financiamento), pilar fundamental para sustentar o crescimento setorial, continua disponível e com condições de garantir o atual nível de produção.
As principais fontes de risco estão mitigadas: o financiamento habitacional está com uma baixa taxa de inadimplência, registrando cerca de 0,9% ao ano em julho/2021, quando em comparação com 2016, esse índice chegava a quase 2% ao ano. E o distrato, um grande vilão entre os anos de 2014-2018, segue controlado e refletindo a melhora no ambiente jurídico.
O potencial de crescimento é considerável. O PIB da construção, que teve seu auge em 2013, caiu em torno de 40% entre 2013 e 2018 e desde então só recuperou cerca de 1/3 desse patamar. Além disso, é necessário considerar a expressiva melhora no ambiente empresarial. Diversas empresas do setor foram ao mercado de capitais e conseguiram levantar R$ 9 bilhões com ofertas primárias e follow-ons. Isso resulta em empresas financeiramente saudáveis e com amplo acesso ao mercado de crédito.
Por último, também é necessário considerar o endividamento público, que chegou a 90% em 2020 (divida/PIB) e caiu ao longo de 2021, chegando próximo a 80%.
As arrecadações com impostos federais continuam surpreendendo positivamente, mesmo com a recente aprovação do Auxílio Brasil, a situação fiscal está melhor do que se esperava no início do ano.
O que diz os empresários?
Os empresário do setor seguem confiantes. Isso se retrata na pesquisa Abrainc-Deloitte do 3° trimestre, os dados apurados revelam que 80% das incorporadoras responderam que pretendem comprar terrenos nos próximos 12 meses, tal resposta mostra confiança no futuro do setor. A valorização de 19% no preço dos imóveis em 2021 em conjunto com a alto déficit de moradias, da ordem de 7,8 milhões de famílias, são números que servem para comprovar esse otimismo. Podemos acreditar em um futuro promissor.
Fonte: Estadão