Com a inadimplência estável, a expectativa é que o ano de 2022 termine com o mercado imobiliário no mesmo patamar dos bons resultados de 2021. Essa é a opinião dos especialistas da CNN Brasil Business após o balanço divulgado pelo Banco Central (BC) no dia 29 de agosto.
De acordo com as estatísticas monetárias e de crédito referentes ao mês de junho de 2022, maio e junho registraram aumento nos financiamentos imobiliários. O valor de R$16 bilhões em novas concessões é considerado um aumento significativo, apesar de ainda estar 10% abaixo da média mensal do mesmo período de 2021.
Para o Secovi-SP, os dados mostram que o mercado imobiliário deve chegar ao final de 2022 com números semelhantes aos do ano passado. O final de 2021 registrou R$255 bilhões, recorde na série histórica da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Boas expectativas para o mercado imobiliário fechar 2022
A previsão é que o segundo semestre de 2022 seja ainda melhor para o mercado imobiliário. Na opinião dos especialistas, os resultados são considerados bons mesmo com a taxa média de juros em 10% a.a. e a alta da Selic em mais de 500% desde quando saiu da mínima histórica.
A estimativa do Secovi-SP é que estes fatores signifiquem um recuo máximo de 4% na comparação anual do financiamento imobiliário. Mesmo assim, o percentual é considerado praticamente nulo em relação aos bons números apresentados desde 2019.
Índices de inadimplência estão estáveis
Já os índices de inadimplência são considerados estáveis, uma vez que não aumentaram na mesma proporção que a quantidade de créditos imobiliários.
Assim, a inadimplência do crédito total do sistema financeiro – que considera os atrasos superiores a 90 dias – registrou estabilidade em junho, ficando em 2,7%.
Por outro lado, a inadimplência que considera as taxas do financiamento imobiliário para pessoa física estão em queda desde fevereiro. De 1.9 pp na época passaram para 1.5 pp em junho.
A perspectiva dos especialistas é que a queda da Selic esperada para 2023 recupere opções de captação, como as LIGs e as securitizações. A ideia é que elas possam suprir a redução de depósitos na poupança, principal funding do setor, mantendo o bom panorama das concessões de crédito.
Aliás, o balanço do BC também registrou aumento dessas fontes de recursos no primeiro semestre. As próprias LIGs apresentaram saldo de R$ 69,4 bilhões em junho, um crescimento de 134% na comparação com o mesmo período de 2021. Já a LCI, com saldo de R$ 179,7 bilhões, cresceu 55%.
Fonte: CNN Brasil