A famosa “Geração Z” (nascidos entre 1995 e 2010) já está começando a sair da casa dos pais e chegando ao mercado imobiliário, porém eles possuem um conceito diferente de moradia daqueles nascidos antes de 1990. Acostumados com os avanços da tecnologia e da gigantesca influência das redes sociais a nova geração consome experiências.
“As áreas de convivência têm muito peso para eles, é tudo muito social. E há uma fronteira muito menor entre o pessoal e o profissional”, afirma André Kovari, sócio da Vita Urbana.
Os apartamentos estão cada vez menores, com boa localização, geralmente próximos às estações de ônibus e metrô. O foco desses consumidores são imóveis que podem trazer mais praticidade para o dia a dia. A demanda básica é por academia, espaços de convivência, de coworking, ambiente ao ar livre, lavanderia e bicicletário.
“O público jovem não quer dirigir. Até 2018, o mercado tinha dúvidas sobre empreendimentos sem vaga na garagem. Hoje, usamos o local onde os carros ficariam estacionados para ampliar a área comum”, diz Fernando Trotta, CEO da Pivô Desenvolvimento Imobiliário.
“Essa forma de compartilhar serviços insere as pessoas e barateia o condomínio. O nosso objetivo é moradia a custo zero, com as parcerias cobrindo todos os gastos do condomínio. E temos uma fila de empresas querendo ser integradas”, afirma Alexandre Lafer Frankel, CEO da Housi, plataforma digital de locação.
A fotógrafa Nádia Reis, 28 anos, é uma das entusiastas dessa nova tendência. Ela mora a dois anos em um apartamento de moradia flexível e usa os espaços comuns como cenário dos seus ensaios.
“O apartamento já é completo, não precisei comprar nada, e tenho tudo no prédio: mercado, adega, serviço de faxina que peço pelo app. E todo dia conheço alguém novo no elevador, é o melhor networking”, afirma Nádia.
Comprar um imóvel não é o foco dessa nova geração que está no início da carreira profissional. “Os imóveis ficaram menores, mas mais caros”, diz Felipe Santos, da aMora.
“É o público de primeiro imóvel, que faz o que o bolso permite. A opção pelo aluguel é a principal”, afirma Leonardo Azevedo, fundador do Apê 11.
Com a vida totalmente imersa na tecnologia, até a procura pelo imóvel ideal acontece pela internet. Quase 60% dos consumidores nessa faixa etária buscam o imóvel pelo site Apê 11, segundo pesquisa feita com dados do Google Analitics a pedido da Folha.
“Mais da metade do nosso público está dentro dessa geração e mostra muita habilidade para conhecer o apartamento e apresentar propostas de forma digital”, diz Azevedo.
De acordo com Andressa Gulin, CEO da incorporadora AG7: “Muitos novos modelos de negócios de menor custo e maior flexibilidade como locações, residências a service, co-sharing e co-living têm um apelo atrativo para a realidade deles“, afirma.
Segundo especialistas do mercado, a geração anterior costumava procurar um imóvel definitivo, já que não tinham a intenção de mudança, já a atual se importa mais com o que tem próximo à residência e cumpra sua rotina e com áreas comuns que atendam aos seus hábitos.
Conforto para essa geração é uma mistura de facilidade e senso de pertencimento no local escolhido, segundo a executiva da AG7. “Tem os que gostam de viver no centro porque buscam por diversidade, outros querem viver em um lugar mais antigo, pois buscam nostalgia”, afirma.
“São os consumidores do momento. Diversos setores estão prestando atenção a eles e no mercado imobiliário não poderia se diferente”, afirma Naufel.
Fonte: Yahoo Finanças