Imagine se que há dez anos atrás, você recebesse uma notícia de que compraram por mais de 1 milhão de dólares três lotes de terrenos virtuais, ao lado da famosa mansão – também virtual – do rapper Snoop Dogg? Com certeza você se questionaria: “O que é um terreno digital, e por que alguém pagaria por isso?”
Apesar do mundo virtual já existir muito antes da pandemia, o isolamento social ocorrido ao redor do mundo, impulsionou o Metaverso para um novo patamar, chamando a atenção de compradores privados e corretores que começaram a direcionar investimentos para essa nova realidade. Foi então que em 2021 pudemos presenciar uma corrida para compra das primeiras propriedades, artes e terras no mundo virtual. Mas como surgiu este mundo, o que o futuro nos reserva, e qualquer pessoa pode se juntar a esta realidade virtual?
Como surgiu o mundo virtual
O termo “metaverso” surgiu em 1992, em um livro de Neal Stephenson chamado “Snow Crash”. O livro de ficção cientifica conta a história de um entregador de pizza na vida real que é um samurai em um universo virtual chamado “metaverso” e inspirou muitos jogos como Second Life, Roblox, Fortnite e Minecraft.
A partir daí, com muito dinheiro sendo investido e avanços na tecnologia, foi se encontrando novas formas de explorar essa realidade virtual, além dos jogos. Hoje estes universos são construídos sobre blockchains e adquiridos com suas próprias moedas criptográficas. Você não apenas tem a oportunidade de criar um alter-ego online, fazer amigos, compartilhar obras de arte únicas, mas também pode comprar e vender itens virtuais. Embora este novo mundo pareça um pouco indisciplinado e cheio de especulação, isso não impediu as pessoas de gastarem grandes quantias de dinheiro. É nesse momento que o mercado imobiliário começa a explorar também o virtual, e ganha destaque quando uma casa virtual projetada por Krista Kim foi vendida por quase meio milhão de dólares em março de 2021, quando no mundo real o preço médio de uma casa nos Estados Unidos, era de 100 mil dólares.
Após isso, investidores começaram a construir e vender suas propriedades fictícias, e grandes empresas anunciaram fortes investimentos no Metaverso, como foi o caso da Microsoft e do Facebook, que até mudou seu nome para Meta, demonstrando seu engajamento em viver em um novo universo alternativo.
O que o futuro nos reserva
Com o surgimento de novos players, como o Decentraland e o Sandbox, o metaverso tem sido ricamente explorado e impulsionado principalmente pela pandemia que nos isolou do mundo real. Hoje o metaverso já se tornou um mundo onde pessoas assistem eventos virtuais como concertos e desfiles de moda, lojas de compra de roupas e avatares e até mesmo podem adquirir itens que podem ser enviados para sua casa. Algumas pessoas estão propondo fornecedores virtuais onde as pessoas podem vender seus próprios bens como a loja AR Etsy. Grandes marcas já entraram no negócio, com a Adidas anunciando um grande investimento nas últimas semanas. Em vez de criar mundos falsos completamente novos, alguns estão replicando cidades e locais famosos, como Nova York e Las Vegas, permitindo aos usuários comprar uma peça digital de um edifício do mundo real.
Em show recente no mundo virtual, o cantor Justin Bieber reuniu milhares de fãs do mundo inteiro, que não tiveram que pagar ingressos ou se deslocar até um local físico, tendo apenas que logar com seu avatar na plataforma e pronto, já podia cantar ao lado do cantor. O show foi uma mega produção, digna dos palcos da vida real, o cantor usou uma roupa especial no mundo real, que captava todos os seus movimentos e replicava para o avatar na plataforma online. O mais incrível é que o Brasil era um dos países mais participativos no show online.
Na verdade, este novo mundo mostra como nossas vidas reais e digitais se tornarão totalmente integradas, muito antes do que imaginávamos.
Quem pode se juntar a essa realidade virtual?
Todos podem utilizar plataformas onlines de realidade virtual. Mas quando falamos do poder de compra no mundo virtual, o público começa a ficar um pouco mais restrito.
Ainda assim, mesmo se você não for um milionário, o metaverso também pode ser para você, já que a maioria destas transações tem menos de seis dígitos. A maior parte do financiamento acontece quando se compra o próprio terreno, e depois se paga a um construtor para projetar e reformar seus espaços com todas as comodidades, acabamentos e ostentação que eles não têm em suas casas reais. E se você não puder pagar por tudo de uma vez, os bancos virtuais estão oferecendo hipotecas virtuais para ajudar
Fonte: archdaily