A interrupção na retomada do crescimento do mercado imobiliário no Brasil por causa da pandemia do coronavírus preocupa o setor. Nem poderia ser diferente, já que praticamente todas as esferas da economia estão sofrendo com os efeitos da quarentena.
As opiniões dos especialistas se dividem. Para alguns, as mudanças que se avizinham são atípicas, inclusive mantendo boas perspectivas de investimento. Para outros, são estruturais e demandarão um longo tempo de recuperação.
De qualquer forma, apesar da desaceleração dos negócios, o mercado imobiliário oferece várias vertentes.
Assim, para o corretor é imprescindível identificar os desafios que se descortinam adiante para adaptar estratégias e buscar novas oportunidades.
Taxas baixas e queda nos preços ainda são atrativos
O consumidor comum está inseguro. Redução do volume de negócios, a transição do trabalho presencial para o home office, jornadas de trabalho e salário reduzidos, são algumas das razões. Muitos estão receosos de assumir dívidas a médio e longo prazo – e de se descapitalizarem.
No entanto, a moradia é uma necessidade básica do ser humano – e as taxas baixas mantêm o mercado imobiliário atrativo.
Para quem tem caixa disponível sem comprometimento da liquidez os juros baixos significam uma boa oportunidade de investimento . Nesse sentido, o momento se mostra ainda mais favorável frente à redução de preços.
Vale lembrar que a tendência de queda no valor dos imóveis em 2020 já era prevista antes mesmo do surgimento do coronavírus. Em 2019, o valor médio da venda já havia sofrido uma queda de 3,97%.
Contudo, agora surge um outro fator para a queda nos preços. Com a crise, tanto empresas quanto famílias estão colocando imóveis à venda.
Dessa forma, o momento é favorável para quem quer comprar a casa própria para moradia ou investimento. Especialmente para quem tem condições de negociar o valor à vista e conseguir mais vantagens.
Flexibilização é a palavra de ordem no mercado imobiliário
Para as imobiliárias, é hora de criar oportunidades. A flexibilização das condições contratuais, por exemplo, leva mais segurança ao consumidor.
É o caso da já chamada cláusula Covid-19, que oferece um prazo maior para a desistência da compra sem ônus. No entanto, só vale se for acordada por proprietários e compradores e devidamente registrada.
Aliás, flexibilização parece ser mesmo a palavra de ordem do mercado imobiliário durante a pandemia. A Caixa, por exemplo, já anunciou a destinação de R$ 43 bilhões em novas linhas de crédito.
Como parte das meias, pessoas físicas e jurídicas terão seis meses de carência para pagamento. A ideia da Caixa é que esse período supra o da quarentena, iniciando a retomada da economia.
Opiniões dividem especialistas
Para a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) o cenário à frente deve ser positivo.
A expectativa é que as medidas consigam preservar parte do poder de compra da população. Com isso, a estimativa é que o crescimento do mercado imobiliário possa ser retomado mais rapidamente.
Entretanto, essa não é a opinião da Escola de Negócios da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppead-UFRJ). Para os especialistas, a retomada da confiança pós-crise coronavírus deve demorar a acontecer.
Para eles, o impacto da pandemia deve ser devastador para algumas construtoras, criando uma crise estrutural no setor. A recuperação, nesse caso, seria bem mais lenta e gradual. O alto nível de insegurança faria com que as pessoas evitem comprar imóveis.
Locação segue como boa oportunidade
A locação, por sua vez, segue como um mercado bastante oportuno. Por um lado, é a saída para quem tem dinheiro mas não quer arriscar assumir dívidas em tempos instáveis.
Por outro, oferece a possibilidade de fechamento de negócios totalmente online, graças à revolução trazida pela imobiliária digital.
Nesse sentido, as facilidades devem favorecer especialmente o aluguel residencial. O nicho já se destacava pela simplicidade dos processos e a rapidez na locação para vários perfis, entre eles o mercado on demand.
A tendência dos processos totalmente online foi acelerada pelo coronavírus. Hoje a imobiliária digital é um reflexo da capacidade de reinvenção do mercado imobiliário e dos benefícios trazidos pela tecnologia para o setor.
É hora de escoar os estoques
Para o corretor, essa é uma boa oportunidade de escoar os estoques. É a hora de preparar materiais de divulgação de qualidade, investir em marketing digital e conhecer bem sua carteira de clientes.
É importante, também, ficar antenado com as novas tendências de consumo trazidas pela necessidade de ficar mais tempo em casa. Em vários locais já é possível notar um aumento na busca por casas e apartamentos com varandas e sacadas.
A quarentena está influenciando a forma como as pessoas se relacionam entre si e com o meio ambiente. Para muitas famílias, a opção por uma casa com uma área de lazer exclusiva, por exemplo, já é uma meta real de consumo.
A comodidade de condomínios com fartura de serviços já não é tão atraente quando a necessidade de isolamento social mantém as áreas comuns fechadas.
Para o corretor, mais do que nunca o desafio é conhecer bem seus clientes para direcionar o imóvel certo, criando oportunidades compatíveis com os novos rumos do mercado imobiliário.
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