Os imóveis compactos, que possuem no máximo 45 metros quadrados, vêm ganhando reconhecimento dentro do mercado de imóveis de luxo em São Paulo. A atenção voltada para esses imóveis aconteceu por conta de fatores como uso de tecnologia, atenção à sustentabilidade e interesse pelo design.
Esses empreendimentos são uma fonte de lucro de via dupla, pois apresentam resultados tanto para incorporadoras quanto para investidores, além de terem se mostrado mais flexíveis ao aumento das taxas de juros.
Segundo dados do Secovi-SP (sindicato patronal de habitação de São Paulo), dos 50 mil apartamentos lançados na grande São Paulo entre os meses de janeiro e setembro do ano passado, 37,5 mil (aproximadamente 75%), possuíam no máximo 45 metros quadrados.
O crescimento entre imóveis desse tipo foi impulsionado por uma mudança no Plano Diretor em 2014, na gestão de Fernando Haddad, que tinha como objetivo dar ênfase à construção de edifícios nos perímetros de transportes públicos. Para combater o preço inflacionado desses terrenos, incorporadoras e construtoras acharam por bem explorar metragens menores em suas plantas, otimizando o espaço disponível.
A incorporadora You.inc, conta com mais de 50 empreendimentos desse tipo entregues. O seu último projeto, V3rso Jardins Tailored by Emiliano, apresenta unidades Studio+ com pé direito de 3,40m e áreas de 23 a 26m², com o preço de R$ 800 mil.
“Nós temos uma curadoria muito forte. Temos terrenos bastante icônicos, trabalhamos com arquitetos renomados, buscamos inspiração internacional, e também tentamos antecipar tendências”, afirma Tatiana Muszkat, diretora da empresa. Os empreendimentos estão localizados em bairros nobres de São Paulo, como Jardins, Higienópolis, Pinheiros e Paraíso.
Um dos benefícios do segmento imobiliário de luxo é o fato de que ele não segue as tendências do setor imobiliário em geral. Durante o ciclo de baixa da Selic (taxa básica de juros – que era de 2% ao ano em 2020), esses empreendimentos ganharam força por conta dos baixos custos de financiamento. Mas, mesmo quando a taxa voltou a subir, em março de 2021, o mercado não perdeu seu ritmo de crescimento. Além da vantagem da baixa da Selic durante boa parte da pandemia, as restrições relacionadas ao Covid-19 também fizeram parte do sucesso desse setor imobiliário.
“A pandemia trouxe um olhar mais atento das pessoas às suas casas. A vida estava muito acelerada nas cidades, o imóvel estava se desvalorizando, e isso mudou completamente. As pessoas começaram a entender a importância do abrigo, de ter a casa como um bom ambiente para viver”, diz Guilherme Benevides, CEO da Gafisa Incorporadora e Construtora São Paulo.
Fonte: Forbes